O Xiaomi YU7, o primeiro SUV totalmente elétrico da gigante tecnológica chinesa e o seu segundo veículo, parece ter chegado ao mercado para abalar as estruturas. O sucesso foi de tal ordem que, para quem vive na China e pretende adquirir um, a lista de espera atingiu a impressionante marca de 350 dias. Sim, quase um ano de espera por um carro que ainda agora foi anunciado.
Uma procura que rebentou com as previsões
A fasquia dos 350 dias, ou 50 semanas, é o tempo que os novos clientes terão de esperar pelo seu YU7, de acordo com o portal CarNewsChina. A procura pelo modelo foi tão avassaladora desde a sua apresentação que a capacidade de produção foi completamente ultrapassada.
Para se ter uma noção da escala, este tempo de espera corresponde a uma carteira de encomendas de cerca de 271.000 veículos. Este número é notável, representando metade das unidades do Tesla Model Y que foram vendidas na China durante todo o ano de 2024. É um feito impressionante para uma marca que acaba de se aventurar no competitivo mercado dos carros elétricos.
O mistério do preço
O mais curioso em toda esta situação é que o preço do Xiaomi YU7 continua a ser uma incógnita. Segundo o CNEVPost, a empresa planeia anunciar o valor apenas um ou dois dias antes de iniciar as primeiras entregas. Embora a intenção seja lançar o veículo em julho, ainda não foi confirmada uma data específica.
Apesar da ausência de um preço definido, o volume de reservas demonstra uma confiança tremenda na marca. Esta "febre Xiaomi" superou até o entusiasmo gerado pelo primeiro modelo, o sedã SU7, que, apesar do sucesso, teve tempos de espera mais contidos na sua fase inicial.
O "efeito Xiaomi" contagia o modelo anterior
O lançamento do YU7 teve um efeito colateral interessante: impulsionou novamente as encomendas do sedã SU7. Atualmente, a espera pela versão de entrada do SU7 (com bateria de 73,6 kWh) situa-se entre 41 e 44 semanas. Já o modelo intermédio, o SU7 Pro (com bateria de 94,3 kWh da CATL), tem a produção para 2025 totalmente vendida, com listas de espera que se estendem por 47 a 50 semanas.
Curiosamente, a forma mais rápida de ter um carro da Xiaomi neste momento é optar pelo topo de gama, o SU7 Max. A versão mais potente e cara tem um tempo de espera estimado entre 31 e 33 semanas.
Aumentar a produção é a única solução
Esta avalanche de pedidos forçou a Xiaomi a rever os seus planos de produção. O objetivo inicial de entregar 300.000 unidades anuais já parece estar quase cumprido apenas com a lista de espera do YU7.
Em antecipação, a empresa já tinha confirmado em março do ano passado planos para expandir a sua capacidade para 480.000 veículos por ano. Este aumento será possível graças a uma nova fábrica que deverá entrar em breve em funcionamento, dedicada exclusivamente à produção do novo SUV elétrico. No entanto, o CarNewsChina alerta que esta procura massiva pelo YU7 poderá causar ainda mais atrasos na entrega do sedã.
Lei Jun, o CEO da Xiaomi, confirmou o objetivo de entregar 350.000 unidades em 2025, uma meta que, segundo informações recolhidas pelo South China Morning Post, deverá ser alcançada quando todas as linhas de produção estiverem a operar em pleno.
Entre o frenesim e a controvérsia
O mediatismo em torno dos primeiros carros da Xiaomi é inegável, chegando ao ponto de haver turistas a pagar quantias avultadas para fazer visitas guiadas à fábrica. Contudo, nem tudo são boas notícias.
O enorme ruído gerado nas redes sociais trouxe também críticas. Alguns compradores do Xiaomi SU7 Ultra têm manifestado o seu descontentamento com a qualidade de certos componentes que, alegadamente, não cumprem o prometido. Paralelamente, a própria Xiaomi, à semelhança da BYD, denunciou a existência de campanhas de difamação nas redes sociais com o objetivo de desacreditar a empresa e os seus novos produtos.
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