A corrida pela supremacia em Inteligência Artificial (IA) está muito mais renhida do que se poderia imaginar. David Sacks, uma figura influente apontada como potencial estratega da Casa Branca para os setores das criptomoedas e IA, lançou um aviso sério: a China, apesar das fortes sanções impostas pelos Estados Unidos, está a apenas três a seis meses de distância de alcançar as soluções de IA desenvolvidas por empresas americanas.
"A China não está anos e anos atrás de nós em IA. Talvez sejam de três a seis meses. É uma corrida muito acirrada", afirmou Sacks em declarações citadas pela Reuters. Este alerta sublinha o avanço rápido do gigante asiático no desenvolvimento de tecnologias de IA proprietárias.
A "perigosa" otimização chinesa
Embora a vantagem no hardware ainda penda para o lado americano, com Sacks a concordar com a avaliação de que os chips da Huawei estão um a dois anos atrás dos equivalentes da NVIDIA, o verdadeiro sinal de alarme veio do software. O surgimento de modelos como o DeepSeek demonstrou uma capacidade notável por parte dos chineses: otimizar as suas Inteligências Artificiais para funcionarem de forma eficiente em hardware mais antigo ou menos potente.
Esta habilidade de contornar as limitações de hardware é vista por Sacks como um "alerta" para os Estados Unidos, mostrando que a estratégia chinesa não depende exclusivamente de ter acesso aos chips mais avançados do mercado.
Uma nova estratégia: sancionar a China, armar os aliados
Perante este cenário, David Sacks defende uma mudança de rumo na política externa americana. Em vez da abordagem atual da administração Biden, Sacks propõe uma estratégia dupla: por um lado, manter as sanções tecnológicas contra a China, mas, por outro, promover ativamente a partilha e difusão das soluções de IA americanas com os países aliados.
"Rescindimos a regra de difusão de Biden, que... fez da difusão um palavrão. A difusão da nossa tecnologia deve ser uma boa palavra", defende Sacks, criticando a atual relutância em exportar tecnologia de ponta para parceiros estratégicos. Atualmente, a Casa Branca tem focado em negociações individuais para libertar a venda de chips da NVIDIA a certos países, numa tentativa de conter a influência chinesa.
Para Sacks, esta abordagem não é suficiente. Ele prevê que, se a política não for alterada, a Huawei poderá dominar o mercado global de chips de IA (fora da China) no prazo de cinco anos. "Isso significa que perdemos... Não podemos deixar isso acontecer", concluiu.
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