A Taboola, companhia sobejamente conhecida pelos seus sistemas de recomendação de conteúdos e anúncios, frequentemente encontrados no final de artigos online, acaba de entrar no universo dos chatbots com recurso a inteligência artificial. A nova ferramenta, batizada de "DeeperDive", está a ser lançada numa fase beta em publicações de renome como o USA Today e o The Independent, prometendo responder às questões dos leitores com base em "informação proveniente de jornalistas de confiança".
O que é o DeeperDive e como funciona?
Numa demonstração no site da Taboola, é possível observar uma barra de pesquisa do DeeperDive no topo da página inicial do USA Today. Esta sugere automaticamente perguntas como "De que forma está o governo do Reino Unido a lidar com a crise do custo de vida em 2025?" ou "Quais são as implicações ambientais dos mais recentes projetos de perfuração de petróleo no Mar do Norte?".
Ao receber uma questão, o chatbot não se limita a fornecer uma resposta gerada por IA. Apresenta também uma lista de artigos relacionados do próprio site e, crucialmente para o modelo de negócio, um link patrocinado. No seu comunicado oficial, a Taboola explica que o DeeperDive permite que os editores insiram "anúncios contextualmente relevantes e de alta intenção diretamente na página de resultados da IA". Adicionalmente, os leitores têm a capacidade de sublinhar uma porção de texto num artigo e fazer perguntas diretas sobre esse excerto.
Lançamento beta e o modelo de negócio
Nesta fase inicial de avaliação de qualidade, o chatbot de IA estará visível para apenas 1% da audiência do USA Today.
A integração de publicidade é um pilar central desta ferramenta, permitindo aos meios de comunicação social uma nova forma de monetização, capitalizando a curiosidade dos seus leitores através de interações diretas com a inteligência artificial.
A Gannett e o historial com a inteligência artificial
Esta não é a primeira incursão da Gannett, a empresa que detém o USA Today, no campo da inteligência artificial. Em 2023, a companhia viu-se forçada a suspender a sua cobertura desportiva gerada por IA, após uma vaga de reações negativas por parte de jornalistas e leitores.
A empresa também publicou artigos que aparentavam ser criados por IA no seu site de análises, o Reviewed, que acabou por ser encerrado (embora tenha sido posteriormente reativado sob uma nova direção). Além disso, no ano passado, o USA Today já tinha começado a testar sumários de artigos gerados por IA, que aparecem no topo das notícias.
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