O sistema "Supervised Full Self-Driving" (FSD) da Tesla parece ter atingido um ponto de estagnação em 2025. De acordo com os dados mais fiáveis disponíveis, anteriormente elogiados pelo próprio Elon Musk, não houve melhorias significativas durante todo o ano. Agora, o CEO da Tesla aponta para uma nova espera, com promessas de uma grande atualização para o final do ano. Mas o que podem os condutores realmente esperar?
Uma promessa de melhoria que ficou aquém do esperado
A última atualização de relevo do FSD, a versão 13, foi disponibilizada em dezembro de 2024. Na altura, Elon Musk afirmou que esta versão traria um aumento de "5 a 6 vezes" no número de milhas percorridas entre desativações do sistema, em comparação com a versão 12.5.
Contudo, a Tesla nunca divulgou dados oficiais para comprovar esta melhoria. A análise tem, por isso, dependido de dados recolhidos pela comunidade de utilizadores. Curiosamente, existe um conjunto de dados específico que o próprio Musk já partilhou de forma positiva, sugerindo que estes números refletem, de alguma forma, a realidade interna da empresa.
Com base nesta fonte de dados, a versão 13 para veículos com Hardware 4 (HW4) representou, de facto, uma melhoria. No entanto, o ganho foi de apenas duas vezes no número de milhas entre desativações críticas, um valor muito distante do prometido aumento de "5 a 6 vezes".
Hardware antigo fica para trás e novos dados desiludem
A situação é ainda mais frustrante para os proprietários de veículos com Hardware 3 (HW3), que continuam presos na versão 12 do software. Musk já admitiu que este hardware nunca será capaz de suportar a prometida condução autónoma não supervisionada, e não há planos para retificar a situação.
Entretanto, seis meses após o lançamento da v13, o programa estagnou, com a Tesla a desviar todos os seus esforços para um programa piloto de "robotaxi" em Austin, no Texas.
A mais recente versão do FSD, a v13.2.9, tem apresentado um desempenho inferior à anterior (v13.2.8). Após mais de 5.000 milhas (cerca de 8.000 km) de dados recolhidos, a versão mais recente regista uma desativação crítica a cada 371 milhas (aproximadamente 597 km).
O foco no "robotaxi" como desvio do objetivo principal?
Segundo o site Electrek, o programa piloto de robotaxis em Austin representa uma mudança de foco por parte da Tesla, que há anos promete que todos os seus veículos construídos desde 2016 se tornariam capazes de condução autónoma total através de atualizações de software.
Este serviço de robotaxi opera apenas numa área geograficamente delimitada de Austin, onde a Tesla está a treinar intensivamente as suas redes neuronais para otimizar o desempenho nesse local específico. Além disso, o sistema recorre a "bastante teleoperação" – controlo remoto humano – para apoiar a frota, uma solução que não é escalável para os milhões de veículos dos clientes espalhados pelo mundo.
A nova esperança: um modelo 4.5x mais potente... para quando?
A esperança é que a otimização focada neste projeto piloto resulte, eventualmente, em melhorias para o FSD nos veículos dos clientes. Sobre este esforço, Elon Musk comentou recentemente, referindo-se a uma nova versão de software que será integrada no ramo principal em breve.
"Temos um modelo mais avançado em fase alfa que tem ~4X mais parâmetros, mas ainda requer muito polimento. Provavelmente estará pronto para ser implementado dentro de alguns meses", afirmou Musk.
Pouco depois, refinou a informação, prometendo um lançamento mais vasto para o final do ano: "Um aumento de ~4.5X nos parâmetros deverá estar pronto para lançamento geral no final deste ano. É necessário um uso supereficiente da largura de banda da memória, guardar em cache exatamente o que é necessário e espremer microssegundos de tudo para manter a frame rate. E todo o sistema precisa de ser retreinado."
Apesar do otimismo, é importante recordar que os prazos de lançamento do FSD anunciados por Elon Musk têm, historicamente, sofrido atrasos consideráveis. A grande questão para os proprietários de um Tesla é o que esta tão aguardada atualização trará de facto e, mais importante, quando chegará realmente.
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