O YouTube está a intensificar a sua longa batalha contra os bloqueadores de anúncios (ad blockers) e a mais recente estratégia é dupla: por um lado, admite abrandar a reprodução de vídeos para quem usa estas ferramentas e, por outro, prepara-se para introduzir formatos de publicidade mais longos e impossíveis de ignorar.
A plataforma da Google não dá tréguas aos utilizadores que tentam contornar a publicidade. A nova tática é mais direta e confirma as suspeitas que muitos já tinham.
A sua extensão pode ser a culpada pela lentidão
Se notou que o YouTube anda mais lento ou que os vídeos demoram mais a carregar (buffering), a culpa pode ser da sua extensão para bloquear anúncios. Nos últimos tempos, vários utilizadores com ad blockers ativos reportaram estes problemas, e agora a plataforma está a ser mais transparente sobre o assunto.
Está a surgir uma notificação que direciona os utilizadores para uma página de suporte do YouTube, onde a empresa avisa claramente que as extensões que bloqueiam anúncios podem afetar a qualidade da reprodução dos vídeos. A mensagem sugere que os utilizadores desativem estas ferramentas para resolver os problemas.
Esta não é a primeira vez que tal acontece. No início do ano, uma situação semelhante foi atribuída a uma falha num ad blocker popular. No entanto, a confirmação atual na página de suporte deixa pouca margem para dúvidas: o YouTube está a dificultar ativamente a vida a quem não vê anúncios, seja de forma intencional ou como consequência das contramedidas implementadas. A mensagem é clara: ou vê os anúncios, ou paga por uma subscrição Premium.
Anúncios mais longos e impossíveis de ignorar a caminho
Como se não bastasse a lentidão, o YouTube prepara-se também para aumentar a duração dos anúncios. Tal como destacado pelo Search Engine Land, a plataforma está a testar em versão beta a expansão dos anúncios de 30 segundos que não se podem ignorar para um leque mais vasto de campanhas publicitárias.
Atualmente, o formato mais comum de anúncio não ignorável é o de 15 segundos. Ao alargar a opção de 30 segundos, que desde 2023 estava mais confinada à experiência em televisões, os anunciantes ganham mais tempo para transmitir a sua mensagem. Contudo, para os utilizadores, isto pode significar uma experiência mais intrusiva. Um dos anunciantes que detetou o teste beta considera que os 30 segundos podem ser o "ponto de viragem" que leva os utilizadores ao limite da sua paciência.
Além disto, o YouTube está também a testar a combinação de anúncios de 15 segundos não ignoráveis com os "bumper ads" (anúncios muito curtos, de apenas 6 segundos).
Em suma, a estratégia do YouTube é inequívoca e move-se em duas direções: tornar a utilização de ad blockers uma experiência frustrante e, ao mesmo tempo, tornar a publicidade padrão mais presente e prolongada, incentivando cada vez mais a subscrição do serviço YouTube Premium.
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