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Criptomoedas em formato físico

 

Numa operação sem precedentes, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) confiscou mais de 225 milhões de dólares (cerca de 209 milhões de euros) em criptomoedas, marcando a maior apreensão do género na história do Serviço Secreto norte-americano. Os fundos estavam ligados a uma vasta rede de fraudes de investimento e lavagem de dinheiro que vitimou mais de 400 pessoas.

 

A ação foi o culminar de uma investigação complexa que envolveu o DOJ, o FBI, o Serviço Secreto e contou com a colaboração crucial de parceiros privados como a Tether e a TRM Labs.

 

Uma teia complexa para lavar o dinheiro

 

Os criminosos montaram um esquema sofisticado para iludir tanto as vítimas como as autoridades. Segundo o comunicado oficial do Departamento de Justiça dos EUA, a rede utilizava centenas de milhares de transações em blockchain para dispersar os lucros da fraude. O objetivo era ocultar a origem dos fundos roubados, tornando o seu rastreio extremamente difícil.

 

A investigação da TRM Labs revelou o uso de 144 contas na plataforma de criptomoedas OKX. Muitas destas contas estavam associadas a documentos de identificação ("know your customer") vietnamitas, com fotografias tiradas no mesmo local, um forte indício de que se tratava de uma operação de crime organizado. Para dificultar ainda mais o trabalho dos investigadores, os criminosos consolidaram os fundos em sete carteiras finais de USDT, gastando deliberadamente até 125.000 dólares (cerca de 116 mil euros) em taxas de gas desnecessárias para perturbar a rastreabilidade das transações.

 

O caso insólito do CEO enganado

 

A dimensão da fraude fica evidente num dos casos destacados na queixa legal. Um CEO de um banco norte-americano, o Heartland Tri-State Bank, foi uma das vítimas. Acreditando estar a realizar investimentos legítimos em criptomoedas, o executivo foi levado a transferir 47,1 milhões de dólares (aproximadamente 43,8 milhões de euros) dos ativos do seu próprio banco para os burlões. Uma única das suas transferências para uma conta na OKX foi de 3,1 milhões de dólares em USDT.

 

A tecnologia como arma contra o crime

 

Apesar da complexidade do esquema, os investigadores conseguiram desvendar a rede. Utilizando uma metodologia de rastreio conhecida como LIFO (Last-In-First-Out), mapearam o percurso do dinheiro através de 93 endereços de depósito fraudulentos, 35 carteiras intermediárias, até à consolidação final nos sete grupos de carteiras.

 

Aqui, o papel da Tether, a empresa emissora da stablecoin USDT, foi fundamental. Após a identificação das carteiras, a Tether congelou os tokens, "queimou-os" (destruiu-os) e reemitiu o valor equivalente diretamente para o governo dos EUA. Este mecanismo permitiu a recuperação dos fundos, ao abrigo de estatutos federais que autorizam o confisco de bens envolvidos em lavagem de dinheiro e fraude eletrónica.

 

O próximo passo deverá ser a criação de um processo para que as vítimas possam reclamar os seus prejuízos e serem restituídas com os montantes apreendidos, embora ainda não tenham sido anunciados detalhes sobre esta fase.




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