O aguardado serviço de robotáxis da Tesla está prestes a arrancar em Austin, no Texas, já este sábado, dia 22 de junho. No entanto, as expectativas devem ser moderadas: o lançamento inicial será uma experiência em escala muito reduzida e com várias limitações, longe da revolução prometida há anos por Elon Musk.
Um arranque com o pé no travão
Segundo avança o Financial Times, a Tesla irá disponibilizar apenas uma frota de cerca de 10 carros para as viagens inaugurais. Para aumentar os níveis de segurança, a empresa planeia que estes veículos evitem os "cruzamentos mais desafiadores da cidade".
Além disso, para garantir que tudo corre como previsto, operadores remotos estarão de prontidão para assumir o controlo dos veículos caso surja algum imprevisto, assegurando que estes chegam em segurança ao seu destino.
Primeiras viagens apenas para convidados
Esta abordagem cautelosa não é totalmente surpreendente. O próprio CEO da Tesla, Elon Musk, já tinha admitido à CNBC em maio que o serviço poderia começar com menos de uma dúzia de carros. No entanto, o alcance poderá ser ainda mais restrito.
Analistas consultados pelo The New York Times acreditam que, numa fase inicial, as viagens no robotáxi da Tesla estarão disponíveis apenas para "funcionários da empresa ou convidados". Poderão ser precisos vários meses até que o serviço seja aberto ao público em geral.
A visão de Musk contra a realidade
A ideia de um serviço de robotáxis não é nova. Musk apresentou formalmente o conceito e o seu futurista Cybercab de condução autónoma num evento em outubro de 2024, mas a promessa para os proprietários de veículos Tesla é ainda mais antiga. A proposta é que, uma vez que todos os Teslas estão equipados com as câmaras necessárias para o sistema de condução autónoma, qualquer um deles poderia ser convertido num táxi enquanto não está a ser utilizado pelo dono.
O objetivo final, segundo Musk, é que o transporte autónomo se torne tão disseminado e acessível que o seu custo seja comparável ao dos transportes públicos, com a vantagem de ser mais seguro do que depender de um condutor humano.
Nuvens de desconfiança no horizonte
Contudo, a grande questão é se o sistema Full Self-Driving (FSD) da empresa está realmente à altura do desafio. Atualmente, a Tesla está a ser investigada pela NHTSA, a entidade reguladora da segurança rodoviária nos EUA, devido a acidentes relacionados com o seu sistema de condução autónoma.
A juntar a isto, foi noticiado que a empresa terá tentado bloquear o acesso da cidade de Austin aos registos de desempenho dos seus robotáxis. Esta atitude sugere alguma apreensão interna sobre a performance real do sistema e não ajuda a criar um clima de confiança para um lançamento tão aguardado.
Nenhum comentário
Seja o primeiro!