A ficção científica está cada vez mais perto de se tornar realidade no chão de fábrica. A Foxconn, gigante da manufatura, e a Nvidia, líder em tecnologia de IA, estão em negociações para introduzir robôs humanoides na nova fábrica da Foxconn em Houston, EUA, para assumirem tarefas de trabalho físico. Segundo informações avançadas pela Reuters, o objetivo é que estes novos trabalhadores metálicos estejam operacionais já no primeiro trimestre de 2026.
Este é um marco significativo para ambas as empresas. Será a primeira vez que produtos da Nvidia serão fabricados com a assistência de robôs e, para a Foxconn, representa a estreia da robótica numa linha de produção de uma fábrica dedicada a servidores de Inteligência Artificial.
Uma parceria para revolucionar a produção
A notícia, divulgada por fontes anónimas próximas do processo, indica que os robôs começarão a trabalhar no início do próximo ano e terão um papel na produção dos muito procurados servidores de IA GB300 da Nvidia. A Foxconn já está a treinar os robôs para tarefas como pegar e posicionar objetos, inserir cabos e realizar trabalhos de montagem.
Apesar de a Foxconn já ter testado robôs da empresa chinesa UBTech, o mais recente relatório afirma que a gigante de Taiwan está, na verdade, a desenvolver os seus próprios robôs em colaboração direta com a Nvidia. Ainda não se sabe ao certo qual será o seu papel exato na fábrica nem de que forma os postos de trabalho humanos serão afetados.
Uma das fontes referiu à Reuters que a fábrica de Houston é o local ideal para este teste piloto por ser mais espaçosa, oferecendo mais liberdade de movimento para os robôs.
Como serão os novos trabalhadores robóticos?
Embora os detalhes ainda sejam escassos, uma subsidiária da Foxconn responsável pelo negócio de servidores de IA revelou no mês passado que estão a ser desenvolvidos dois modelos de robôs, com uma apresentação prevista para novembro deste ano.
Um dos robôs terá pernas, assemelhando-se mais a um humanoide clássico, enquanto o outro utilizará uma base com rodas, sendo um robô móvel autónomo (AMR). Previsivelmente, a versão com rodas terá um custo inferior, embora os preços de ambos permaneçam uma incógnita.
Este movimento da Foxconn e da Nvidia não é um caso isolado. A Reuters nota que outras grandes empresas, como a Mercedes-Benz e a BMW, já estão a testar robôs nas suas linhas de produção, e a Tesla continua a desenvolver os seus próprios autómatos. Jensen Huang, o carismático líder da Nvidia, acredita que dentro de cinco anos, a utilização destes robôs em instalações de fabrico será generalizada, um sinal claro da profunda transformação que a indústria enfrenta.
Nenhum comentário
Seja o primeiro!