Enquanto a Tesla continua a ser uma das vozes mais sonantes sobre o futuro da condução autónoma, com promessas como o Cybercab previsto para "antes de 2027", a concorrência não está a dormir. O Grupo Volkswagen, através da sua subsidiária de mobilidade MOIA, decidiu acelerar e acaba de apresentar o ID. Buzz AD, o seu primeiro veículo 100% autónomo, desenhado de raiz para revolucionar os serviços de transporte.
A marca alemã parece determinada a ultrapassar a rival norte-americana, pelo menos no que toca ao arranque das operações na Europa. Oliver Blume, o diretor-executivo do grupo, sublinha a ambição do projeto: “Com a nossa solução completamente autónoma, estamos a criar uma oferta de mobilidade que é única neste formato”.
O que é este "pão de forma" do futuro?
À primeira vista, reconhecemos o design icónico do ID. Buzz, mas as semelhanças acabam aí. Esta versão AD (Autonomous Driving) conta com uma distância entre-eixos alongada para maximizar o espaço interior, que foi pensado para acomodar confortavelmente quatro passageiros. O acesso é feito através de uma prática porta lateral corrediça.
O elemento mais distintivo é, sem dúvida, a proeminência no tejadilho. Não se trata de um adereço estético, mas sim do centro nevrálgico que alberga parte do impressionante arsenal tecnológico: um total de 27 sensores, incluindo 13 câmaras, nove sistemas LiDAR e cinco radares, garantem uma visão 360º infalível do ambiente circundante. O cérebro por detrás de toda a operação é um sistema de condução autónoma de nível 4, desenvolvido em parceria com a especialista Mobileye, o que significa que o veículo não necessita de qualquer intervenção humana para operar em segurança.
Mais do que um carro, uma plataforma completa
A Volkswagen não está apenas a vender um veículo, mas sim um ecossistema completo. O ID. Buzz AD vem integrado com a plataforma AD MaaS (Autonomous Driving Mobility as a Service). Este software, potenciado por Inteligência Artificial, permite a gestão de frotas em tempo real e a assistência remota automática aos passageiros, desde a integração com aplicações de reserva até à garantia de segurança.
A segurança é, aliás, um pilar fundamental. A MOIA garante que o ID. Buzz AD cumpre todos os exigentes requisitos regulatórios da norma SAE para o nível 4 de autonomia, incluindo a supervisão remota constante e a capacidade do sistema para responder autonomamente a situações imprevistas. Trata-se de um pacote "chave na mão" para que operadores possam lançar serviços de mobilidade autónoma "rapidamente, seguramente e com escala", como afirma a empresa em comunicado.
Lançamento já tem data marcada
A estreia oficial do táxi-robô da Volkswagen está agendada para o início de 2026 na cidade de Hamburgo, na Alemanha. A partir daí, os planos de expansão incluem outras cidades europeias e, posteriormente, os Estados Unidos.
Esta é uma corrida que vale ouro. As projeções de mercado apontam para que o negócio dos táxis-robô possa valer bem mais de 100 mil milhões de dólares (aproximadamente 86,8 mil milhões de euros) já em 2031. E embora a Volkswagen e a Tesla dominem as manchetes, este conceito já é uma realidade há anos. A Waymo, da Google, opera frotas de táxis autónomos em várias cidades americanas desde 2018, e na China, gigantes como a Baidu também já oferecem serviços semelhantes.
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