1. TugaTech » Internet e Redes » Noticias da Internet e Mercados
  Login     Registar    |                      
Siga-nos

BYD com sinal de alerta

 

A já intensa competição no mercado de veículos elétricos na China escalou para um novo patamar de agressividade, com uma guerra de preços que ameaça não só os lucros dos gigantes da indústria, mas também a sobrevivência dos construtores mais pequenos. O que começou como uma estratégia para ganhar quota de mercado está a transformar-se numa espiral destrutiva com consequências imprevisíveis.

 

A BYD lança a mais recente ofensiva

 

A mais recente vaga de descontos foi desencadeada pela BYD, a líder incontestada do mercado chinês. No final de maio, a empresa promoveu cortes de preços que chegaram aos 34% em alguns dos seus modelos, resultando num dos melhores meses de vendas do ano para a marca.

 

Contudo, esta estratégia teve um efeito dominó. A combinação de preços cada vez mais baixos com uma sobrecapacidade de produção alarmante — estima-se que menos de metade da capacidade industrial instalada na China esteja a ser utilizada — está a colocar uma pressão insustentável sobre todo o setor. Os analistas são unânimes: os fabricantes mais robustos verão as suas margens de lucro esmagadas, enquanto os mais frágeis arriscam a falência.

 

"O que estamos a ver na China é preocupante: há falta de procura e cortes de preços extremos. Vai haver uma consolidação maciça”, alertou John Murphy, analista do Bank of America, em declarações à Bloomberg. O cenário de encerramentos, aquisições e fusões que marcou o ano passado deverá repetir-se, e até intensificar-se, nos próximos tempos.

 

Intervenção de Pequim revela-se insuficiente

 

A tensão no mercado atingiu tal ponto que o governo chinês se viu forçado a intervir. Numa reunião recente com os principais construtores do país, Pequim apelou à "autorregulação" para travar práticas monopolistas e a concorrência ruinosa.

 

O People’s Daily, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, criticou abertamente a "concorrência desenfreada", sublinhando os riscos de uma guerra de preços para a segurança da cadeia de abastecimento e para a reputação internacional dos automóveis "made in China".

 

Esta não é a primeira tentativa de acalmar os ânimos. Em 2023, 16 marcas, incluindo a Tesla, a BYD e a Geely, assinaram um pacto de boas práticas para estabilizar os preços. O acordo durou apenas alguns dias, evidenciando a dificuldade em controlar a feroz competitividade do setor.

 

Efeitos colaterais para empresas e consumidores

 

Para os fabricantes, esta batalha é um jogo de alto risco que destrói margens e desvaloriza a imagem das marcas. A situação financeira de alguns operadores poderá ser mais frágil do que parece. Um relatório da GMT Research sugere, por exemplo, que a dívida real da BYD pode ser quase 12 vezes superior à oficialmente declarada.

 

Do lado do consumidor, a instabilidade gera indecisão. O receio de que os preços continuem a baixar leva muitos a adiar a compra de um carro novo. "Por que comprar agora, se vai ser mais barato na próxima semana?" é um sentimento comum que ecoa nas redes sociais chinesas.

 

Com o mercado interno saturado, a exportação surge como a válvula de escape natural para o excesso de produção. No entanto, este caminho está igualmente a tornar-se um desafio, com barreiras comerciais nos EUA e com a União Europeia a estudar medidas para proteger os seus próprios mercados da expansão chinesa.




Aplicações do TugaTechAplicações TugaTechDiscord do TugaTechDiscord do TugaTechRSS TugaTechRSS do TugaTechSpeedtest TugaTechSpeedtest TugatechHost TugaTechHost TugaTech