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BYD com bandeira do Brasil

 

A BYD deu hoje, dia 1 de julho, um passo histórico ao iniciar a produção na sua fábrica de Camaçari, no Brasil, a primeira unidade de produção de veículos elétricos da gigante chinesa fora da Ásia. O arranque, no entanto, é marcado por um aumento das taxas de importação e pela sombra de um processo judicial por suspeitas de condições de trabalho desumanas.

 

Inicialmente, a fábrica, instalada num antigo complexo da Ford, irá montar três modelos: o bem-sucedido BYD Dolphin Mini (conhecido como Seagull na China), e os híbridos plug-in Song Pro e King (baseado no Qin Plus DM-i).

 

Investimento milionário e produção em kits

 

O projeto representa um investimento total de 5,5 mil milhões de reais (cerca de 915 milhões de euros), dos quais 1,4 mil milhões (aproximadamente 233 milhões de euros) já foram aplicados. A fábrica, que conta com 26 armazéns e uma pista de testes, tem uma capacidade de produção anual de 150.000 unidades. A BYD afirma que o complexo irá gerar 10.000 empregos diretos e indiretos, tendo já 1.000 trabalhadores no ativo e anunciado a abertura de mais 3.000 vagas.

 

Nesta fase inicial, a produção funcionará em regime SKD (Semi-Knocked-Down). Isto significa que os veículos são parcialmente desmontados na China em grandes componentes (como carroçaria, motor e bateria) e enviados para o Brasil, onde é realizada a montagem final. A empresa garante, contudo, que pretende aumentar a localização da produção, tendo já estabelecido uma parceria com a Continental para o fornecimento de pneus fabricados no Brasil.

 

Um contratempo chamado impostos

 

O início da produção coincidiu com uma notícia desfavorável para a estratégia da BYD. No mesmo dia, o governo brasileiro aumentou as tarifas de importação para veículos eletrificados. A taxa para elétricos (BEV) subiu de 18% para 25%, e a dos híbridos plug-in (PHEV) de 20% para 28%.

 

Crucialmente, este aumento aplica-se também aos veículos importados em formato de kits SKD. Segundo a publicação local Autoo, a BYD está a tentar negociar com o governo uma redução da tarifa para 10% para estes kits, mas ainda não obteve resposta.

 

A sombra da controvérsia: acusações de tráfico humano

 

O otimismo da expansão é abalado por graves acusações na esfera laboral. Em maio de 2025, o Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia processou a BYD e duas das suas empresas contratadas por suspeitas de tráfico de seres humanos e por manterem trabalhadores em "condições análogas à escravatura" durante a reconstrução da fábrica.

 

De acordo com informações divulgadas pela BBC, a investigação foi despoletada por uma denúncia anónima e resultou no resgate de 220 trabalhadores chineses.

 

Estratégia global: Brasil é a ponta do icebergue

 

Apesar dos desafios, a aposta no Brasil faz parte de uma estratégia de exportação mais vasta. Em paralelo com o arranque em Camaçari, o governo de Shanwei, na China, aprovou a 23 de junho um pedido da BYD para expandir a sua fábrica local dedicada à produção de kits KD (Knocked-Down) para exportação, um investimento de 7,5 mil milhões de yuan. A empresa está também a construir outra fábrica com o mesmo propósito em Changzhou.

 

No mercado brasileiro, o BYD Dolphin Mini, o único 100% elétrico a ser montado localmente nesta fase, tem um preço inicial de 118.800 reais (cerca de 19.750 euros), equipado com um motor de 75 cv e uma bateria LFP de 38,8 kWh.




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