O hardware da Xbox "está morto". A afirmação, forte e direta, vem de Laura Fryer, uma das peças centrais na criação da primeira Xbox. A sua análise surge na sequência da nova aposta da Microsoft em portáteis gaming em parceria com a ASUS, uma estratégia que, para Fryer, descaracteriza completamente a marca. A declaração foi feita num vídeo partilhado no YouTube e destacada pela PC Gamer, gerando uma onda de debate na comunidade.
A parceria com a ASUS e o receio do fim das consolas
Há algumas semanas, a Microsoft revelou uma colaboração com a ASUS para o lançamento dos portáteis ROG Xbox Ally e Ally X, inaugurando uma nova fase para o hardware da marca. Este anúncio despertou imediatamente a desconfiança dos fãs, que viram neste movimento um possível sinal do fim das consolas Xbox como as conhecemos.
Apesar de a gigante de Redmond ter vindo a público afirmar que continua a trabalhar numa nova geração de consolas, a nova direção estratégica parece não convencer todos, nem mesmo aqueles que ajudaram a construir o seu legado.
"Tudo é um Xbox": a perda de identidade
Segundo Laura Fryer, a Microsoft decidiu mergulhar de cabeça no plano "Tudo é um Xbox". Nesta visão, o foco principal é o serviço Game Pass e a distribuição de jogos pelo maior número de plataformas possível, deixando o desenvolvimento e fabrico de hardware a cargo de empresas parceiras. A ex-executiva vê esta mudança como um claro abandono da identidade que consagrou a Xbox ao longo dos últimos 24 anos.
Fryer recorda que o apelo original da Xbox residia na sua simplicidade: os jogos funcionavam de forma estável e otimizada, sem as incertezas e complicações técnicas frequentemente associadas ao gaming no PC. Além disso, a consola fornecia um ambiente unificado e ferramentas de desenvolvimento mais acessíveis para os estúdios. Ao abrir mão deste modelo e permitir que qualquer PC possa ostentar o selo Xbox, a empresa arrisca-se a comprometer a experiência tanto para os jogadores como para os criadores.
Game Pass e a falta de um "motivo para comprar"
A crítica de Fryer estende-se também ao modelo atual do Game Pass, que descreve como uma solução de marketing focada mais na aparência do que na substância. Ela defende que, sem títulos exclusivos ou incentivos claros que os diferenciem, produtos como o ROG Ally perdem a sua relevância no mercado.
Na sua opinião, não existe atualmente um único jogo que justifique a compra de novo hardware da marca, uma vez que as mesmas experiências estão amplamente disponíveis noutras plataformas, seja no PC, na PlayStation ou até na Nintendo Switch.
O futuro incerto do hardware Xbox
Para a produtora, a aliança com a ASUS e a AMD representa uma saída gradual e calculada da Microsoft da produção de consolas próprias. Fryer acredita que, por limitações estratégicas ou operacionais, a empresa não tem intenções de lançar novos dispositivos no futuro.
Ainda assim, com o 25.º aniversário da marca a aproximar-se, ela mantém uma pequena expectativa de que a direção da divisão Xbox se torne mais clara. No entanto, o seu tom geral é de pessimismo, demonstrando pouca confiança de que isso venha, de facto, a acontecer.
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