Numa jogada que está a gerar controvérsia, a Paramount concordou em pagar 16 milhões de dólares (cerca de 14,9 milhões de euros) para encerrar um processo judicial movido por Donald Trump. A decisão é vista por muitos como uma forma de facilitar a crucial fusão de 2,4 mil milhões de dólares (aproximadamente 2,23 mil milhões de euros) com a Skydance, um negócio vital para o futuro da gigante dos media.
Um acordo polémico para limpar o caminho
O acordo põe fim a uma ação judicial iniciada por Trump durante a campanha presidencial de 2020, que alegava manipulação numa entrevista da CBS a Kamala Harris. Segundo o The Washington Post, a Paramount terá cedido apesar de vários especialistas legais considerarem o processo "frívolo e perigoso", acreditando que a empresa tinha fortes hipóteses de vencer em tribunal.
Para evitar mais controvérsias, a Paramount especificou que o valor será alocado à futura biblioteca presidencial de Trump, não sendo pago "direta ou indiretamente" ao próprio. A empresa fez ainda questão de sublinhar que o acordo "não inclui um pedido de desculpas ou uma declaração de arrependimento".
A sombra do negócio Skydance
Apesar de a Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA ter afirmado que a sua análise à fusão com a Skydance não estava ligada ao processo de Trump, a perceção interna na Paramount era diferente. De acordo com o The New York Times, alguns executivos viam o processo como um obstáculo significativo à conclusão do negócio. O acordo terá sido fortemente defendido pela presidente do conselho da Paramount, Shari Redstone.
A decisão não foi bem recebida por todos, especialmente dentro da redação da CBS, onde alguns funcionários a consideraram um ponto baixo para um canal com uma história notável no jornalismo de investigação.
O futuro da Paramount+ e Star Trek em jogo
Este acordo surge num momento financeiramente delicado para a Paramount, que investiu milhares de milhões no seu serviço de streaming, o Paramount+, sem que este tenha ainda gerado lucro. A fusão com a Skydance, que colocará David Ellison como novo CEO, é vista como a grande aposta para salvar a empresa.
O plano passa por reconstruir a tecnologia de streaming, reduzir custos e melhorar a eficiência geral. No entanto, nada disto avançará até que a fusão esteja finalizada. Este atraso está já a ter consequências, travando o desenvolvimento de franquias chave como Star Trek, cujo futuro depende diretamente da reestruturação da empresa.
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