A Uber prepara-se para introduzir uma novidade significativa em Portugal já na próxima semana. A empresa anunciou esta quarta-feira, 2 de julho de 2025, o lançamento em Lisboa de um projeto-piloto chamado "Women Drivers", que permite a utilizadoras e motoristas mulheres conectarem-se de forma exclusiva através da aplicação.
Como funciona a opção "Women Drivers"
Integrada diretamente na plataforma da Uber, esta nova funcionalidade permite que passageiras do sexo feminino possam optar por viajar apenas com motoristas mulheres. Da mesma forma, as motoristas que se identifiquem como mulheres terão a opção de receber pedidos de viagem exclusivamente de utilizadoras.
A ativação desta preferência não terá qualquer custo adicional. Em comunicado, a Uber esclarece que, por se tratar de uma fase-piloto, a disponibilidade do serviço "poderá variar consoante o número de motoristas disponíveis, mas a opção estará acessível todos os dias da semana". Após esta fase inicial em Lisboa, a intenção é alargar a funcionalidade a outras cidades do país.
Reforçar a segurança e atrair mais mulheres para a condução
Esta medida surge como uma resposta direta a um pedido de muitas utilizadoras e como uma forma de incentivar mais mulheres a juntarem-se à profissão. Atualmente, em Portugal, apenas 9% dos motoristas de TVDE são do sexo feminino, um número que a Uber espera ver crescer com esta iniciativa.
"Queremos que a Uber seja a plataforma mais conveniente e personalizada para todas as mulheres. Esta nova funcionalidade responde a um desejo claro de muitas motoristas e utilizadoras e representa também uma oportunidade para que mais mulheres se sintam motivadas a conduzir com a Uber, reforçando a sua autonomia e liberdade de escolha", afirma Francisco Vilaça, diretor-geral da Uber em Portugal. Segundo o responsável, a medida visa tornar "o setor mais inclusivo, representativo da população e atrativo para mulheres".
A "manobra" legal que viabilizou o serviço em Portugal
A chegada do "Women Drivers" a Portugal é particularmente notável devido ao contexto legal. Em novembro de 2024, uma tentativa de lançar um serviço semelhante pela aplicação portuguesa Pinker foi travada pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), por ser considerada uma violação da lei da não discriminação, uma vez que se tratava de uma plataforma totalmente segregada.
A Uber conseguiu contornar este obstáculo legal ao implementar o "Women Drivers" não como uma aplicação ou serviço separado, mas como uma funcionalidade opcional dentro da sua plataforma principal, que continua aberta a todos os géneros. Esta abordagem permite que a empresa se mantenha dentro da legalidade, oferecendo uma escolha em vez de impor uma exclusividade.
Este modelo já foi testado com sucesso em vários mercados internacionais, incluindo França, Alemanha, Polónia, África do Sul, Argentina e Austrália, chegando agora a vez de Portugal.
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