Num mercado de smartphones cada vez mais competitivo e a dar sinais de estagnação, a Huawei e a Apple foram as duas únicas fabricantes a registar um crescimento positivo nas vendas na China durante o segundo trimestre de 2025. Ambas as empresas destacaram-se num cenário desafiador para as marcas locais.
Huawei continua em forte ascensão
A Huawei solidificou a sua posição, demonstrando uma notável aceleração no mercado chinês. De acordo com dados recentes publicados pela Counterpoint Research, a gigante tecnológica viu as suas vendas aumentarem 12% entre os meses de abril e junho.
O sucesso da marca foi impulsionado, em grande parte, pelo seu forte desempenho durante o festival de vendas "618", um dos maiores eventos de comércio eletrónico da China. A lealdade dos seus utilizadores, que continuam a trocar os seus telemóveis antigos por novos lançamentos da marca, tem sido um pilar fundamental para este crescimento sustentado.
Estratégia de preços da Apple dá frutos
Do outro lado, a Apple também teve motivos para sorrir, com um crescimento de 8% nas suas vendas trimestrais. Este resultado positivo foi alcançado graças a uma série de promoções estratégicas nos preços do iPhone, aliadas a programas de incentivos promovidos pelo governo chinês.
Ethan Qi, analista da Counterpoint, destacou a astúcia da empresa norte-americana: "O ajuste dos preços do iPhone feito pela Apple em maio foi bem cronometrado e bem recebido, chegando uma semana antes do festival de compras 618."
Um cenário difícil para as restantes marcas
Enquanto a Huawei e a Apple celebram, outras marcas enfrentam um panorama mais sombrio. A vivo, que se mantém como a segunda marca mais vendida no mercado chinês, sofreu uma quebra de 9% nas suas vendas durante o mesmo período.
Este recuo reflete um desafio mais amplo para as fabricantes nacionais, que operam num mercado que parece ter "estacionado", mesmo com os esforços do governo para incentivar a troca de smartphones. Segundo os analistas, o programa de subsídios que impulsionou o desempenho no segundo trimestre deverá ser reduzido na segunda metade do ano, o que aumenta a incerteza.
Para o terceiro trimestre, as perspetivas não são otimistas. A Counterpoint Research antecipa que as marcas chinesas terão de se esforçar para evitar uma queda generalizada nas vendas, num mercado que se prevê cada vez mais exigente.
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