
A Amazon confirmou na tarde de segunda-feira que uma falha massiva nos seus serviços de alojamento na cloud, a Amazon Web Services (AWS), foi resolvida. O incidente, considerado o pior desde o caos gerado pela CrowdStrike no ano passado, provocou perturbações à escala global, afetando milhões de utilizadores e empresas que dependem daquela que é a maior fornecedora de serviços na nuvem do mundo.
O apagão mergulhou grande parte da internet no caos. Segundo a ZDNet, mais de 28 serviços da AWS foram interrompidos, resultando num prejuízo que um analista, em declarações à CNN, estimou poder ascender a milhares de milhões de euros. Aplicações populares como o Snapchat, Signal e Reddit deixaram de funcionar. Voos foram adiados, serviços financeiros e bancários ficaram indisponíveis e jogos de enorme popularidade, como o Fortnite, ficaram inacessíveis. Os próprios serviços da Amazon, incluindo a sua plataforma de comércio eletrónico, a assistente virtual Alexa e o Prime Video, também foram atingidos.
"O incidente realça a complexidade e a fragilidade da Internet, bem como a dependência que todos os aspetos do nosso trabalho têm no seu funcionamento", afirmou Mehdi Daoudi, CEO da empresa de monitorização de desempenho Catchpoint, à CNN. "O impacto financeiro desta falha chegará facilmente às centenas de milhares de milhões devido à perda de produtividade de milhões de trabalhadores e à interrupção de operações comerciais, desde companhias aéreas a fábricas."
A origem do caos e as críticas à Amazon
A falha teve origem no centro de dados mais antigo e importante da Amazon nos EUA, uma infraestrutura que, segundo a Reuters, já tinha sofrido duas interrupções semelhantes em 2020 e 2021. Apesar de a gigante tecnológica ter garantido na altura que os problemas estavam "totalmente mitigados", as correções não foram suficientes para garantir a estabilidade em 2025.
Os primeiros sinais do problema surgiram com "um aumento nas taxas de erro e latência em vários serviços essenciais", ligados à tecnologia de base de dados na nuvem da Amazon. A ZDNet adianta que, embora os engenheiros tenham identificado e corrigido rapidamente um problema de resolução de DNS (Domain Name System), uma cascata de falhas noutros serviços da AWS acabou por paralisar a plataforma. No pico da crise, o site Down Detector registou mais de 8 milhões de queixas a nível global.
As críticas não tardaram a surgir. Ken Birman, professor de ciências da computação na Universidade de Cornell, declarou à Reuters que "os programadores de software precisam de criar uma melhor tolerância a falhas", sugerindo que a Amazon poderia ter feito mais para prevenir este novo apagão.
Para a Amazon, a reação negativa pode ter um forte impacto financeiro se os clientes começarem a procurar outros fornecedores de tecnologia na nuvem. Empresas do setor financeiro, particularmente avessas ao risco, consideram agora uma estratégia "multi-cloud", distribuindo as suas operações críticas por vários fornecedores, como a AWS, o Microsoft Azure e o Google Cloud.











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