
A corrida pelos wearables impulsionados por Inteligência Artificial ganhou um novo concorrente de peso. A gigante tecnológica chinesa Alibaba entrou oficialmente neste mercado com o lançamento dos óculos inteligentes Quark. O dispositivo, revelado esta quinta-feira na China, destaca-se por uma funcionalidade que promete resolver uma das maiores dores de cabeça destes gadgets: a autonomia.
Segundo avança a Bloomberg, a aposta da empresa reside num sistema de baterias que permite uma utilização contínua, algo que visa distinguir o produto num mercado cada vez mais saturado.
Dois modelos e um sistema de energia inovador
A Alibaba apresentou duas variantes distintas para abranger diferentes segmentos de mercado. O topo de gama, designado S1, incorpora ecrãs micro-OLED transparentes, posicionando-se como uma ferramenta de produtividade e entretenimento de alta qualidade. Já o modelo G1, focado no estilo de vida, apresenta-se como uma opção mais acessível e leve.
Ambos os modelos partilham o mesmo trunfo técnico: um sistema de bateria dupla amovível. Ao contrário dos concorrentes diretos, como os populares Ray-Ban da Meta, que obrigam a pausas para carregamento, os Quark permitem trocar a fonte de energia em movimento. A marca afirma que este sistema consegue entregar até 24 horas de vida útil da bateria, permitindo que o utilizador use os óculos durante todo o dia sem interrupções.
Ecossistema Qwen e integração profunda
O "cérebro" por trás destes dispositivos é o modelo de inteligência artificial Qwen da própria Alibaba. Os óculos podem ser controlados tanto por voz como por toque, oferecendo uma vasta gama de funcionalidades práticas para o dia a dia. Entre as capacidades demonstradas estão a tradução em tempo real, o reconhecimento instantâneo de preços e o suporte à navegação.
Para além do hardware, que inclui microfones de condução óssea e câmaras integradas, a força da proposta reside na integração com o vasto ecossistema de serviços da empresa. Os utilizadores poderão interagir diretamente com aplicações como o Alipay (pagamentos) e o Taobao (compras), bem como serviços de streaming de música.
Os preços na China começam nos 3.799 yuans (aproximadamente 510 euros) para o modelo S1 e nos 1.899 yuans (cerca de 255 euros) para o G1. Embora o lançamento inicial seja exclusivo para o mercado chinês, a empresa confirmou que planeia lançar versões internacionais já no próximo ano, embora não tenha especificado quais os mercados que receberão os dispositivos.
Este lançamento surge num momento em que a indústria tecnológica, incluindo a Apple e parcerias como a de Sam Altman com Jony Ive, corre para definir o próximo grande gadget de consumo após o smartphone.