
A Alliance for Creativity and Entertainment (ACE), a principal coligação mundial dedicada à proteção do ecossistema legal de conteúdos criativos, desferiu mais um golpe significativo na pirataria digital. Numa operação recente, a organização desmantelou um dos serviços de streaming ilegal mais populares da Índia, o MKVCinemas, que fornecia acesso gratuito a filmes e séries a milhões de utilizadores.
Apoiada por mais de 50 grandes redes de televisão e estúdios de cinema, incluindo a Disney, Warner Bros, Netflix, Paramount, Sony Pictures e Universal Pictures, a ACE continua a focar os seus esforços no encerramento de serviços ilegais através de processos criminais, litígios civis e operações de cessação e desistência.
O fim de linha para o MKVCinemas
A ação da ACE resultou no encerramento imediato da rede de pirataria MKVCinemas e de 25 domínios relacionados. Segundo os dados revelados, estes sites atraíram mais de 142,4 milhões de visitantes entre 2024 e 2025, números que demonstram a escala massiva da operação.
A organização identificou o operador da plataforma em Bihar, na Índia, que concordou em cessar todas as operações e transferir o controlo dos domínios associados. Quem tentar aceder agora aos sites do MKVCinemas é automaticamente redirecionado para o portal "Watch Legally" da ACE, uma página que incentiva o consumo de conteúdos através de meios legais.
Larissa Knapp, Vice-Presidente Executiva da Motion Picture Association (MPA), reforçou a posição da entidade: "As nossas ações deixam claro que a ACE perseguirá e desmantelará incansavelmente as operações ilegais, para que o público e os criadores possam beneficiar de um mercado seguro e sustentável".
Clonagem de ficheiros e contexto global
Além do serviço de streaming, a operação visou também uma ferramenta de clonagem de ficheiros amplamente utilizada. Este software permitia que utilizadores na Índia e na Indonésia distribuíssem conteúdos protegidos por direitos de autor, copiando ficheiros diretamente de repositórios ocultos para o seu armazenamento pessoal na cloud.
Esta ferramenta específica registou 231,4 milhões de visitas nos últimos dois anos e era fundamental para evitar os esforços de remoção de conteúdos, ocultando a fonte original dos ficheiros de media carregados.
Esta ação surge num contexto de intensificação do combate à pirataria. Desde o início de 2025, a ACE já encerrou o Streameast, uma das maiores redes de streaming ilegal de desporto ao vivo, e o Rare Breed TV, um serviço de IPTV com mais de 28.000 canais. Adicionalmente, as autoridades iniciaram 44 novas investigações após ligarem mais de 47 milhões de euros em criptomoedas a serviços de streaming ilegal.