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Google Glass

Muito antes da realidade aumentada se tornar um conceito familiar, existiu o Google Glass: uma experiência ambiciosa que gerou enorme expectativa, mas que acabou por fracassar devido a questões de privacidade e, sejamos honestos, ao seu aspeto algo invulgar. Numa recente sessão do I/O com Demis Hassabis, CEO da Deepmind, o cofundador da Google, Sergey Brin, reconheceu que cometeu "erros" com o Google Glass em diversas áreas.

Os "erros" de principiante e o preço da inexperiência

Brin confessou abertamente as suas falhas no desenvolvimento e lançamento do dispositivo. "Eu simplesmente não sabia nada sobre cadeias de fornecimento de eletrónica de consumo, na verdade, e quão difícil seria construir isso e tê-lo a um preço razoável, gerindo toda a produção e por aí adiante", afirmou durante a sessão. Esta inexperiência na gestão de um produto de consumo complexo acabou por ser um dos calcanhares de Aquiles do projeto original.

A questão da privacidade foi outro enorme obstáculo, com muitas pessoas a sentirem-se desconfortáveis com a ideia de serem filmadas discretamente, e o próprio design dos óculos não ajudou à sua aceitação social, levando a que os seus utilizadores fossem por vezes apelidados de forma depreciativa.

A visão persiste: óculos "normais" e novas parcerias estratégicas

Apesar do revés, Sergey Brin continua a acreditar no formato dos óculos inteligentes. Mostrou-se particularmente impressionado com os mais recentes dispositivos da Xreal, que descreveu como parecendo "óculos normais", sem "aquela coisa à frente" que caracterizava o design mais intrusivo do Glass original.

Google Glass

Significativamente, Brin destacou que, ao contrário da abordagem mais solitária do passado, a Google conta agora com "ótimos parceiros". Mencionou especificamente a Samsung, com quem colabora no headset Project Moohan, e a própria Xreal, envolvida nos óculos Project Aura, ambos integrados no programa de realidade estendida Android XR. Esta nova abordagem colaborativa poderá ser crucial para o sucesso futuro.

O "salto tecnológico" que faltava e o papel da Inteligência Artificial

Segundo Brin, existia também uma "lacuna tecnológica" em 2013, aquando do lançamento do Google Glass, que entretanto foi ultrapassada. "Agora, no mundo da IA, as coisas que estes óculos podem fazer para te ajudar sem te distrair constantemente, essa capacidade é muito maior", explicou. A integração de inteligência artificial avançada poderá, assim, desbloquear funcionalidades verdadeiramente úteis e intuitivas, tornando os futuros dispositivos mais apelativos e menos intrusivos.

Google Glass: o legado de um pioneiro incompreendido?

Apesar de ser frequentemente rotulado como um fracasso, o Google Glass não desapareceu imediatamente. É fácil esquecer que o produto se manteve no mercado durante muitos anos após a sua estreia, maioritariamente como um dispositivo para o setor empresarial, tendo sido totalmente descontinuado apenas em 2023.

Indiscutivelmente, o Google Glass abriu caminho para futuros wearables de Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR), como o Oculus Rift, HTC Vive, Meta Quest e, mais recentemente, o Apple Vision Pro. Contudo, é justo notar que, até à data, nenhum destes projetos conseguiu verdadeiramente conquistar o mercado de massas ou tornar-se um sucesso estrondoso à escala global. A caminhada da realidade aumentada e estendida continua, e as lições aprendidas com o Google Glass parecem estar a moldar as novas tentativas da Google neste promissor, mas desafiante, mercado.




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