
A primeira versão Alpha do GNOME 49 foi disponibilizada, oferecendo um vislumbre inicial do que está a ser preparado para o lançamento completo agendado para setembro. Embora existam inúmeros refinamentos em todo o sistema, a alteração que mais dará que falar é o passo decisivo do projeto em direção a um futuro exclusivamente baseado em Wayland.
O adeus ao X.Org está cada vez mais próximo
Nesta nova versão, a sessão do GNOME sobre X.Org (também conhecido como X11) encontra-se agora desativada por defeito em componentes essenciais como o GDM (o gestor de login) e o próprio gestor de sessão do GNOME. Para que não restem dúvidas, isto não significa que as suas aplicações mais antigas baseadas em X11 deixarão de funcionar. A camada de compatibilidade XWayland continuará presente para garantir que tudo corre sem problemas.
Segundo os programadores, a justificação para esta mudança é clara: a manutenção do GNOME em X11 tornou-se um fardo significativo e recebe consideravelmente menos testes por parte da comunidade quando comparada com a sua contraparte Wayland, que é agora o foco principal. A remoção completa do suporte ao X11 está planeada para ser concluída com a chegada do GNOME 50.
Novas aplicações assumem o controlo
A modernização do ambiente de trabalho continua com a substituição de aplicações mais antigas por alternativas baseadas na moderna biblioteca GTK4. O leitor de vídeo Totem, por exemplo, é oficialmente substituído pelo Showtime, que transita agora do programa GNOME Incubator para o leque de aplicações principais.
Outras substituições incluem a aplicação Papers, que assume o lugar do visualizador de documentos Evince, e uma nova aplicação de Manuais que substitui o Devhelp. Esta aposta em novas ferramentas reflete um esforço contínuo de refinamento do ecossistema GNOME.

As aplicações do dia a dia recebem um "boost"
Várias das aplicações que os utilizadores conhecem bem receberam atualizações importantes. O Epiphany, o navegador de internet do GNOME, apresenta uma barra de endereços totalmente redesenhada. Até a humilde Calculadora foi alvo de uma melhoria significativa, passando a suportar permutações, combinações e a calcular o máximo divisor comum.
O gestor de ficheiros Nautilus utiliza agora um efeito de transparência para exibir ficheiros ocultos, e para os programadores, o GNOME Builder passa a ter suporte para projetos Arduino.
Melhorias debaixo do capô
As novidades não se ficam pelo que é visível. O gestor de janelas, Mutter, recebeu atualizações para tornar os monitores lógicos mais persistentes e para aplicar corretamente a aceleração do touchpad no arranque.
Uma das maiores alterações técnicas é a introdução do Glycin, um novo carregador de imagens desenvolvido em Rust, que passa a ser o padrão no Linux. Este componente lida com uma vasta lista de formatos de imagem para gravação e codificação, do JPEG ao WebP, contribuindo para uma maior segurança de memória e isolamento de processos (sandboxing). Foi também introduzido um SDK para o Mutter, que promete facilitar a vida aos programadores que queiram criar ferramentas sobre este componente.
Se ficou curioso para experimentar, pode obter as imagens de instalação a partir da página do projeto GNOME OS. Para os mais interessados nos detalhes técnicos, a lista completa de alterações está disponível aqui.










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