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Processador intel sob fogo

O verão europeu pode estar a realçar uma falha crítica nos processadores "Raptor Lake" da Intel de uma forma inesperada: através do aumento de crashes em sistemas cujos utilizadores podem ter ignorado a correção necessária. A subida das temperaturas parece estar a expor a vulnerabilidade de muitos computadores.

A análise partiu de Gabriele Svelto, um engenheiro da Mozilla, que notou uma correlação geográfica entre os relatórios de crash do Firefox e as áreas afetadas pela recente onda de calor na Europa. A sua conclusão, partilhada na rede social Mastodon, é um alerta para os donos destes componentes.

O calor como gatilho para uma falha conhecida

Segundo Svelto, a ligação é bastante clara. “Se tem um sistema Intel Raptor Lake e está no hemisfério norte, é provável que o seu computador esteja a falhar com mais frequência por causa do calor do verão”, escreveu o engenheiro. “Eu sei disto porque consigo ver literalmente que países da UE foram afetados por ondas de calor ao olhar para as localizações dos relatórios de crash do Firefox provenientes de sistemas Raptor Lake.”

A explicação reside num problema já documentado. “Os sistemas Raptor Lake têm problemas conhecidos de temporização/voltagem que pioram com a temperatura”, acrescentou Svelto. O volume de falhas tornou-se tão significativo que a Mozilla teve de tomar medidas. “A situação está tão má neste momento que tivemos de desativar um bot que submetia relatórios de crash automaticamente, porque estava a encontrar quase exclusivamente falhas de pessoas com os sistemas afetados”, revelou. Esta informação é corroborada por uma entrada no bug tracker da Mozilla, onde outro engenheiro confirma a alteração para ignorar os crashes vindos destes CPUs e evitar a sobrecarga do sistema.

O problema de base dos "Raptor Lake"

A falha dos "Raptor Lake" afetou os processadores de desktop Core de 13ª e 14ª geração da Intel ao longo de 2024. O problema está num microcódigo defeituoso que permitia aos chips operar com voltagens demasiado elevadas, levando a instabilidade e, consequentemente, a crashes do sistema.

O maior senão, como a Intel acabou por descobrir, é que a degradação causada no chip após uma falha é irreversível. Como forma de mitigar os danos para os consumidores, a empresa estendeu a garantia dos processadores afetados de três para cinco anos.

A recente onda de calor na Europa, que viu as temperaturas subirem acima dos 40°C em países como Espanha, Portugal e França entre o final de junho e o início de julho, criou o cenário perfeito para expor a falha. Com uma menor prevalência de ar condicionado em comparação com a América do Norte, os computadores na Europa já lidavam com temperaturas ambiente mais altas, às quais se soma o calor gerado pelo próprio CPU e GPU.

A solução está disponível (mas precisa de ser aplicada)

Apesar de não haver uma cura para a degradação do processador, a causa do problema pode ser mitigada. A Intel recomendou que os utilizadores descarregassem e instalassem uma atualização de UEFI/BIOS a partir do site do fabricante da sua motherboard. Esta atualização impõe limites mais rigorosos à voltagem e operação do processador, evitando o sobreaquecimento e a instabilidade que leva aos crashes.

Embora não seja possível confirmar que todos os crashes reportados por Gabriele Svelto no seu post no Mastodon se deviam a sistemas sem a devida atualização, a sua análise é um forte indicador de que muitos utilizadores ainda não aplicaram a correção. Se possui um destes processadores, a recomendação é clara: verifique e aplique as atualizações de BIOS da sua motherboard o mais rapidamente possível.




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