
A Intel revelou os seus resultados financeiros para o segundo trimestre de 2025, e o cenário não é animador. A empresa anunciou um vasto plano de reestruturação que implicará o despedimento de cerca de 13.235 funcionários, na sequência de uma estagnação nas receitas e perdas significativas.
No seu mais recente relatório financeiro, a Intel detalhou que a sua faturação se manteve nos 12,9 mil milhões de dólares, um valor idêntico ao do ano anterior. No entanto, a empresa registou uma perda por ação (EPS) GAAP de 0,67 dólares. Estas perdas foram influenciadas por custos de reestruturação de 1,9 mil milhões de dólares e encargos de imparidade de 800 milhões de dólares. As previsões para o próximo trimestre também são modestas, com uma receita estimada entre 12,6 e 13,6 mil milhões de dólares.
A reestruturação que vai custar milhares de empregos
Para atingir as suas metas de despesa operacional, a Intel planeia reduzir a sua força de trabalho em 15%. O objetivo é terminar o ano com cerca de 75.000 empregados, o que significa um corte de aproximadamente 13.235 postos de trabalho face aos atuais 88.235.
A gigante tecnológica pretende criar uma organização "mais ágil e plana", o que sugere que os cortes incidirão fortemente sobre cargos de gestão intermédia. A ideia de uma estrutura "plana" é que os funcionários da base da hierarquia reportem diretamente aos quadros superiores, eliminando níveis de gestão pelo meio. Só no segundo trimestre, estes esforços de reestruturação já custaram à empresa 1,9 mil milhões de dólares.
Otimização global da produção com projetos cancelados na Europa
A Intel está também a otimizar as suas operações de fabrico para melhorar a eficiência do capital. Uma das medidas mais drásticas é o cancelamento de projetos de expansão que estavam planeados para a Alemanha e a Polónia.
Além disso, as operações de montagem e teste na Costa Rica serão consolidadas em instalações maiores no Vietname e na Malásia. Nos Estados Unidos, o ritmo de construção da nova fábrica no Ohio será abrandado para se ajustar à procura do mercado.
Desempenho misto com centros de dados e IA a dar sinais de esperança
O desempenho entre as várias unidades de negócio da Intel foi misto.
O Grupo de Computação para o Consumidor (CCG) viu a sua receita cair 3%, para 7,9 mil milhões de dólares.
Em contrapartida, a divisão de Centro de Dados e IA (DCAI) cresceu 4%, atingindo 3,9 mil milhões de dólares.
A Intel Foundry, a divisão de fabrico para terceiros, também registou um aumento de 3% na receita, para 4,4 mil milhões de dólares.
Olhando para o futuro: novidades de produto no horizonte
Apesar das dificuldades, a Intel continua a inovar. A empresa lançou recentemente os seus novos CPUs da série Intel Xeon 6, com o processador 6776P a ser utilizado nos sistemas DGX B300 da NVIDIA.
A Intel planeia ainda lançar o primeiro SKU do processador Panther Lake no final deste ano e atingiu um marco importante com o início da produção de wafers na sua fábrica com o processo Intel 18A, no Arizona. Adicionalmente, a empresa gerou cerca de 922 milhões de dólares com a venda de uma parte das suas ações da Mobileye.










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