Investigadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA) desenvolveram um novo método para criar semicondutores altamente magnéticos, um avanço fundamental que pode quebrar uma barreira de décadas na ciência dos materiais e inaugurar uma nova geração de dispositivos eletrónicos baseados em "spintronics". Esta tecnologia promete equipamentos mais potentes, compactos e energeticamente eficientes.
A descoberta, detalhada no UCLA Newsroom e com o estudo publicado na revista Nature, representa um passo crucial para o futuro da eletrónica.
O que é a spintronics e porque é importante?
Ao contrário da eletrónica convencional, que se baseia na carga do eletrão, a spintronics utiliza uma propriedade quântica diferente: o seu "spin" ou rotação. Uma das maiores vantagens desta abordagem é que os componentes spintronics não geram o calor excessivo que atualmente limita a compactação e o desempenho dos chips. Isto abre a porta a uma nova classe de eletrónicos que podem ser mais poderosos sem sobreaquecer.
Uma técnica de fabrico inovadora
O grande obstáculo sempre foi conseguir infundir materiais semicondutores com propriedades magnéticas de forma eficaz. A equipa da UCLA superou este desafio ao desenvolver uma técnica que empilha alternadamente folhas atomicamente finas de semicondutores e átomos magnéticos.
Este método permite atingir uma concentração magnética de até 50%, um salto gigantesco em comparação com o limite anterior, que se ficava pelos 5%. Com este avanço, a equipa já conseguiu criar mais de 20 novos materiais com este processo inovador, para o qual já foi submetido um pedido de patente.
Impacto na inteligência artificial e computação quântica
As implicações desta tecnologia são vastas. Poderá ajudar a resolver um dos maiores desafios da era moderna: o enorme consumo de energia e água dos sistemas de inteligência artificial. Computadores futuros equipados com spintronics deverão ser capazes de suportar aplicações de IA mais potentes, mas com uma pegada de carbono e um consumo de recursos vitais significativamente menores.
Além disso, esta investigação pode fornecer os materiais base para futuros computadores quânticos. Os novos materiais magnéticos podem ajudar a elevar as temperaturas de operação dos computadores quânticos, das condições de congelação exigidas hoje para níveis muito mais práticos.
Se esta tecnologia chegar aos dispositivos de consumo, poderemos assistir ao nascimento de uma nova geração ultra-rápida de portáteis e smartphones. Entretanto, telemóveis de alto desempenho, como o Samsung Galaxy S25 Ultra (atualmente cerca de 1025€, com base na conversão direta e sujeito a impostos locais), continuam a satisfazer as necessidades atuais do mercado.
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