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Bandeira da China em chip de computador

Apesar das fortes restrições à exportação impostas por Washington, um novo e lucrativo ecossistema de reparação está a florescer em Shenzhen, na China. Oficinas especializadas dedicam-se a reparar aceleradores de topo da Nvidia, como os H100 e A100, que chegam ao país através de mercados paralelos e são essenciais para as ambições chinesas na área da Inteligência Artificial.

A necessidade aguça o engenho... e o mercado paralelo

As sanções impostas pelos Estados Unidos em setembro de 2022 bloquearam a venda oficial dos processadores H100 e do seu antecessor, o A100, à China. A justificação americana prende-se com o receio de que estas tecnologias de ponta possam ser usadas para acelerar a investigação militar em IA. Em resposta, a Nvidia desenvolveu chips menos potentes, como o H20, que cumprem as restrições.

No entanto, os laboratórios de investigação e os fornecedores de cloud chineses continuam a procurar os modelos mais potentes para treinar os seus modelos de linguagem de grande escala (LLMs). Segundo informações avançadas pela Reuters, esta procura por hardware insubstituível e escasso deu origem a um mercado clandestino de reparação. Com muitas destas placas gráficas a operar continuamente em data centers, as taxas de falha estão a aumentar, criando uma procura crítica por serviços de manutenção para circuitos de alimentação, pacotes de memória HBM e até ventoinhas.

Um especialista em placas gráficas referiu mesmo ter criado uma subsidiária dedicada no final de 2024 que já renova cerca de 500 GPUs de IA por mês, validando cada reparação numa sala de servidores com 256 nós para simular as condições dos clientes.

Quanto custa manter a IA chinesa a funcionar?

A exclusividade e a complexidade do trabalho refletem-se nos preços. As oficinas em Shenzhen cobram entre 10.000 e 20.000 iuanes (aproximadamente 1.300 a 2.600 euros) por cada placa reparada. Este valor, que pode chegar a 10% do custo original do equipamento, cobre serviços que vão desde a ressoldagem de componentes à substituição de módulos de memória de alta largura de banda.

Para se ter uma ideia da escala de valores, um servidor oficial equipado com oito aceleradores H20 custa bem mais de 1 milhão de iuanes (cerca de 129.000 euros), enquanto um sistema com o mais recente B200 pode ultrapassar os 3 milhões de iuanes (perto de 389.000 euros).

Washington e Nvidia mostram-se preocupados

A situação vai além do contrabando. Propostas de lei bipartidárias nos EUA pretendem exigir o rastreamento da localização de aceleradores de topo após a venda, numa tentativa de conter estes fluxos ilícitos.

A Nvidia, por sua vez, afirma que apenas a empresa e os seus parceiros autorizados podem fornecer suporte técnico completo, alertando que operar produtos restritos sem as devidas atualizações de firmware e software é "inviável". Ainda assim, o negócio em Shenzhen continua de vento em popa. Para os gigantes tecnológicos chineses, o valor de manter estes chips de contrabando a funcionar parece, por agora, superar largamente os ventos contrários da geopolítica.




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