
O TikTok, a popular plataforma de vídeos curtos, acaba de lançar uma nova e curiosa ferramenta para combater o vício na sua própria aplicação: as "Missões de Bem-estar". A ideia é usar a gamificação para incentivar hábitos digitais mais saudáveis, uma abordagem que parece, no mínimo, contraditória.
O que são estas "Missões de Bem-Estar"?
Esta nova funcionalidade propõe aos utilizadores a conclusão de "missões curtas e envolventes" para ganharem emblemas virtuais. Na prática, trata-se de um conjunto de desafios, como questionários e cartões informativos, focados nas ferramentas de bem-estar digital já existentes na plataforma.
Segundo o detalhado no newsroom da TikTok, a estratégia baseia-se no reforço positivo. O objetivo é educar e encorajar a formação de novos hábitos, dando aos utilizadores uma sensação de progresso. A empresa afirma que estes desafios foram desenvolvidos com base em estudos, conselhos do seu Conselho de Jovens e consultas com especialistas.
Uma resposta às críticas?
É difícil não traçar um paralelo direto entre o lançamento destas funcionalidades e as crescentes acusações de que a plataforma prejudica deliberadamente a saúde mental dos seus utilizadores. Relatórios indicam que a própria ByteDance, empresa-mãe do TikTok, realizou estudos internos que encontraram uma correlação entre o uso compulsivo da aplicação e "uma série de efeitos negativos para a saúde mental".
Estes efeitos incluem perturbações no sono, negligência de responsabilidades e dificuldades na ligação com amigos e familiares.
A solução é mesmo passar mais tempo na aplicação?
Perante este cenário, a solução mais óbvia poderia ser tornar a plataforma menos viciante. No entanto, essa abordagem poderia interferir com os lucros. Assim, a alternativa encontrada parece ser a criação de missões de "mindfulness" que, ironicamente, incentivam o utilizador a interagir ainda mais com a aplicação para ganhar prémios.
Resta saber se a gamificação do bem-estar digital será uma ferramenta eficaz para criar hábitos mais equilibrados ou apenas uma manobra de relações públicas para apaziguar as críticas.










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