A popular plataforma de aprendizagem de idiomas, Duolingo, revelou no seu blog oficial que está a utilizar um novo sistema de inteligência artificial (IA) para acelerar drasticamente a criação de conteúdo para os seus cursos, um processo que antes exigia centenas de horas de trabalho manual.
Como funciona o novo sistema de IA
O novo sistema automatizado visa reduzir a necessidade de edição manual e otimizar o processo de desenvolvimento. A tecnologia assenta em três pilares principais:
Geração: A IA cria frases candidatas com base nos planos pedagógicos de cada curso.
Avaliação: As frases geradas são depois etiquetadas por outras IAs que as avaliam segundo critérios como "coerência lógica" ou "gramaticalmente correto". Os engenheiros da empresa descobriram que a IA é mais eficaz a verificar o seu próprio trabalho do que a gerá-lo inicialmente.
Seleção: Por fim, o sistema seleciona as melhores frases que cumprem os critérios específicos para serem integradas nos cursos.
Este novo método já foi implementado com sucesso na criação de conteúdo para vários dos seus cursos de espanhol, e a empresa planeia expandi-lo em breve para outras línguas.
A controvérsia por detrás da automação
Esta aposta na automação surge pouco depois de o CEO da empresa, Luis von Ahn, ter gerado polémica ao afirmar que o Duolingo deixaria de contratar colaboradores externos para tarefas que a IA pudesse realizar. A reação negativa levou a empresa a clarificar a sua posição, confirmando que continua a depender dos seus funcionários humanos e que a IA não substituirá o seu papel, mas sim complementará o seu trabalho. O Duolingo aprendeu que os dados selecionados e curados por humanos são essenciais para orientar corretamente os modelos de linguagem (LLMs).
Nem tudo correu como planeado
Apesar de ser um passo tecnológico impressionante, a implementação não esteve isenta de problemas. A empresa revelou que o comportamento do sistema automatizado era, por vezes, difícil de gerir e compreender. Um dos exemplos mais notáveis foi a criação de um curso de francês inteiro que omitiu as palavras "e" e "ou", tornando o material praticamente inútil, dado que são termos extremamente comuns. A empresa admitiu a surpresa com esta falha, que entretanto já foi corrigida.
O futuro dos cursos no Duolingo
Com o sistema agora a funcionar de forma mais estável, o Duolingo está a expandir a sua utilização para outros idiomas, como o italiano e o chinês. Resta saber se esta nova eficiência ajudará a empresa a lançar novos cursos de línguas mais rapidamente, uma vez que se tem verificado uma notável falta de novidades para os falantes de inglês nos últimos anos, uma queixa frequente entre os utilizadores de uma das melhores apps para aprender um novo idioma.
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