
O rápido desenvolvimento de modelos avançados de inteligência artificial e o crescimento exponencial de utilizadores de chatbots estão a provocar um aumento vertiginoso na procura por novos data centers. No entanto, esta expansão traz consigo um desafio crítico: o consumo de eletricidade vasto e, muitas vezes, insustentável destes centros de dados.
O crescente problema energético da inteligência artificial
Fornecer energia aos data centers tornou-se um desafio significativo para as empresas de tecnologia. Em algumas regiões onde estas infraestruturas são construídas, a situação já gerou reações negativas por parte do público. Em resposta, a Google está a explorar ativamente soluções para diminuir a pressão sobre a rede elétrica dos EUA, especialmente durante os períodos de maior procura.
Uma solução baseada na flexibilidade
Conforme detalhado pela Google numa publicação no seu blogue, a empresa assinou dois novos acordos com as empresas de serviços públicos Indiana Michigan Power (I&M) e a Tennessee Valley Authority (TVA). O objetivo é reduzir o consumo de energia dos seus data centers de IA durante os picos de procura na rede.
Esta iniciativa insere-se no programa de "resposta à procura" da Google, iniciado em 2023, que visa gerir de forma mais inteligente o uso de energia dos seus centros de dados e aliviar a carga na rede elétrica sempre que necessário. Segundo a empresa, este programa "permite que grandes consumidores de eletricidade, como os data centers, sejam interligados mais rapidamente, ajuda a reduzir a necessidade de construir novas centrais e linhas de transmissão e auxilia os operadores de rede a gerir as redes elétricas de forma mais eficaz e eficiente".
Um precedente para o futuro da indústria
Os dois novos acordos da Google representam a primeira vez que se tem conhecimento de uma redução no consumo de energia através da diminuição da carga de trabalho de machine learning.
"Isto baseia-se na nossa demonstração bem-sucedida com o Omaha Public Power District (OPPD), onde reduzimos a procura de energia associada a cargas de trabalho de ML durante três eventos na rede no ano passado — abrindo caminho para procurarmos oportunidades semelhantes noutros locais", acrescentou a Google.
Esta abordagem surge num momento crucial. A Agência Internacional de Energia (IEA) alertou que a procura de energia por parte dos data centers de IA poderá quadruplicar até 2030. No final da década, a tecnologia poderá necessitar de quase tanta eletricidade como a que o Japão consome atualmente. É por esta razão que as gigantes tecnológicas estão a procurar agressivamente todas as fontes de energia viáveis para satisfazer as necessidades dos seus data centers, desde a aquisição e construção de centrais nucleares à expansão do investimento em energias renováveis.










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