A Google acaba de lançar oficialmente o Jules, o seu assistente de programação baseado em Inteligência Artificial, que promete ser um par de mãos extra para qualquer programador. Depois de um período de testes que começou em maio, a ferramenta, que é alimentada pelo potente modelo Gemini 2.5 Pro, está agora disponível para todos.
O Jules funciona de forma assíncrona, o que significa que os programadores podem delegar tarefas, fechar o computador e, horas mais tarde, encontrar o trabalho feito. Esta é uma das grandes vantagens face a outras ferramentas de programação com IA que funcionam de forma síncrona, obrigando o utilizador a acompanhar o processo em tempo real.
O que é o Jules e como funciona?
Na prática, o Jules integra-se com o GitHub, clona repositórios de código para máquinas virtuais na Google Cloud e utiliza a sua inteligência para corrigir bugs ou atualizar o código de forma autónoma. Durante a fase beta, a ferramenta foi utilizada por milhares de programadores em dezenas de milhares de tarefas, resultando em mais de 140.000 melhorias de código partilhadas publicamente, como anunciado no blog oficial da Google.
Um dos casos de uso mais comuns observados pela Google foi a utilização do Jules para refinar e tornar projetos, iniciados com outras ferramentas de IA mais exploratórias, prontos para produção. Curiosamente, 45% dos 2,28 milhões de acessos globais durante a fase de testes foram feitos a partir de dispositivos móveis.
Preços para todos os bolsos, incluindo um plano gratuito
Com o lançamento oficial, a Google introduziu uma estrutura de preços para o Jules. Existe um plano gratuito de "acesso introdutório" que permite a execução de 15 tarefas diárias individuais e três em simultâneo.
Para os utilizadores mais exigentes, existem os planos pagos, integrados nas subscrições Google AI Pro e Ultra. O plano Pro custa 19,99 dólares (cerca de 18,50 euros, à taxa de câmbio atual) por mês e oferece um limite cinco vezes superior ao plano gratuito, enquanto o plano Ultra, por 124,99 dólares (cerca de 115 euros) mensais, aumenta esse limite em vinte vezes.
Novidades e o que o torna diferente
O lançamento traz consigo novidades importantes. O Jules recebeu uma integração mais profunda com o GitHub, permitindo agora abrir "pull requests" de forma automática. Outra adição de peso são os "Environment Snapshots", que guardam dependências e scripts de instalação para que a execução de tarefas futuras seja mais rápida e consistente.
Kathy Korevec, diretora de produto nos Google Labs, destacou que a estabilidade da ferramenta, após centenas de atualizações de interface e qualidade, foi o principal motivo para sair da fase beta.
Privacidade e utilização dos dados
A Google também tornou a sua política de privacidade mais explícita. A empresa garante que, no caso de repositórios privados, nenhum dado é utilizado para treinar os seus modelos de Inteligência Artificial. No entanto, se o repositório for público, os dados poderão ser usados para esse fim. Segundo Korevec, a linguagem foi alterada para responder ao feedback dos utilizadores, sem que houvesse mudanças na forma como os dados são tratados.
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