A Google veio a público defender que as suas novas funcionalidades de pesquisa com inteligência artificial não estão a canibalizar o tráfego dos websites, contrariando relatórios recentes que sugerem o contrário. Numa publicação no blog oficial da empresa, a gigante tecnológica afirma que o volume de cliques enviados para os sites se manteve "relativamente estável" em comparação com o ano passado.
No entanto, a empresa admite que nem todos saem a ganhar com as mudanças.
A defesa da Google
Liz Reid, a responsável pela Pesquisa Google, argumenta que, embora os padrões de pesquisa estejam a mudar, a relação entre o motor de busca e a web continua forte. Segundo a executiva, a Google continua a enviar "milhares de milhões de cliques para websites todos os dias".
Reid refere que certos tipos de conteúdo, como fóruns, vídeos, podcasts e publicações com "vozes autênticas", estão a beneficiar de um aumento no tráfego. Os utilizadores também demonstram uma maior probabilidade de visitar sites que oferecem análises aprofundadas, conteúdo original ou análises ponderadas. A Google desvaloriza os relatórios de terceiros que indicam uma quebra no tráfego, afirmando que estes são "frequentemente baseados em metodologias com falhas".
A outra face da moeda
A posição da Google entra em conflito direto com as conclusões de estudos independentes. Um relatório do Pew Research revelou que os utilizadores são "menos propensos" a clicar nos links de origem quando a Google apresenta um "AI Overview" – o resumo gerado por IA que surge no topo dos resultados.
Este cenário tem gerado ondas de choque na indústria dos media digitais. Uma reportagem recente do The Wall Street Journal detalhou como publicações como o Business Insider, The Washington Post e HuffPost enfrentaram uma queda acentuada no tráfego após a ascensão de ferramentas como o ChatGPT, Gemini e Copilot, levando a despedimentos em algumas redações. Para além disso, as constantes alterações nos algoritmos da Google têm dificultado a visibilidade de websites independentes nos resultados de pesquisa.
A batalha entre a narrativa oficial da Google e a realidade vivida por muitos criadores de conteúdo e meios de comunicação está, ao que tudo indica, para durar.
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