
A Sonos anunciou que vai aumentar os preços de alguns dos seus produtos ainda este ano, uma decisão que surge como resposta direta às tarifas impostas pela administração Trump. A notícia foi avançada durante a mais recente chamada com investidores, onde a gigante do áudio também revelou receitas de quase 344,8 milhões de dólares (cerca de 295 milhões de euros) no trimestre que terminou a 28 de junho.
Uma estratégia que saiu ao contrário
Durante anos, a Sonos, tal como muitas outras empresas de hardware, procurou diversificar a sua cadeia de produção para além da China. Em 2019, a empresa começou a transferir a sua produção para países como o Vietname e a Malásia, precisamente para contornar as políticas comerciais e as tarifas impostas pelos EUA sobre produtos chineses.
No entanto, o plano acabou por ser um tiro no pé. As novas "tarifas recíprocas" de 2025, implementadas pela administração Trump, visam diretamente os países para onde a Sonos deslocalizou a sua produção, com taxas de 20% sobre o Vietname e 19% sobre a Malásia. Estes custos adicionais serão, inevitavelmente, refletidos no preço final para o consumidor.
Um novo CEO para apagar fogos
Esta subida de preços acontece num momento particularmente turbulento para a empresa. Tom Conrad, um antigo executivo da Pandora e da Apple, assumiu recentemente o cargo de CEO, substituindo Patrick Spence. Conrad tem a difícil tarefa de recuperar a confiança dos utilizadores após uma desastrosa atualização da aplicação da Sonos, que deixou muitos sistemas de som inutilizáveis, removendo funcionalidades essenciais como a gestão de playlists e alarmes.
Para focar a empresa na resolução destes problemas, a primeira grande decisão de Conrad foi cancelar o "Pinewood", um projeto secreto que pretendia lançar uma set-top box e levar a Sonos para o mercado de streaming de vídeo. Segundo a Bloomberg, o projeto já estaria numa fase avançada de desenvolvimento.
Toda a energia está agora concentrada em corrigir o software. A empresa afirma ter lançado sete grandes atualizações apenas nos últimos 90 dias para restaurar as funcionalidades e a confiança dos seus clientes.
Para os consumidores que ponderam adquirir uma nova barra de som ou coluna da Sonos, este poderá ser o momento ideal para o fazer, antes que o aumento de preços se faça sentir na carteira.










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