
A OpenAI acaba de apresentar o GPT-5, o seu mais recente e poderoso modelo de inteligência artificial generativa. A promessa é um modelo mais rápido, com respostas mais precisas e barreiras de segurança reforçadas. A melhor parte? Já está disponível para todos os utilizadores no ChatGPT de forma gratuita e com preços reduzidos para o acesso via API.
Contudo, a grande novidade não está apenas na tecnologia, mas na estratégia agressiva da empresa. Sam Altman, CEO da OpenAI, afirmou que a prioridade é o crescimento, mesmo que isso signifique operar com prejuízo durante mais algum tempo. O objetivo é claro: investir massivamente em treino e capacidade computacional para dominar o mercado.
A estratégia do "prejuízo para crescer"
Numa entrevista ao canal norte-americano CNBC, Altman não teve rodeios ao afirmar que a melhor opção para a OpenAI, neste momento, é continuar a perder dinheiro. "Enquanto estivermos nesta curva de crescimento, em que o modelo continua a ficar cada vez melhor, acho que o melhor a se fazer é absorver as perdas por enquanto", explicou o CEO.
Os números confirmam a estratégia. Apesar de ter gerado receitas de 3,7 mil milhões de dólares no ano passado, a empresa fechou com um prejuízo de 5 mil milhões de dólares. Para o ano corrente, a previsão é superar os 20 mil milhões de dólares em receita, mas o resultado final continuará a ser negativo. Esta abordagem é possível porque a OpenAI, sendo uma empresa de capital fechado e avaliada em cerca de 500 mil milhões de dólares, não sofre a pressão dos acionistas por lucros imediatos e continua a atrair capital de risco.
A guerra de preços na IA está ao rubro
O lançamento do GPT-5 veio acompanhado de um ataque direto à concorrência no que toca aos preços para programadores. A OpenAI estabeleceu custos bastante competitivos para o acesso via API:
Entrada (Input): 1,25 dólares (cerca de 1,16 euros) por milhão de tokens.
Saída (Output): 10 dólares (cerca de 9,30 euros) por milhão de tokens.
Estes valores são mais baixos que o modelo anterior, o GPT-4o, e colocam a OpenAI em pé de igualdade com o Gemini 2.5 Pro da Google. A medida pressiona diretamente rivais como a Anthropic, cujo modelo Claude Opus 4.1 tem um custo superior.
Esta estratégia pode desencadear uma nova vaga de cortes de preços no setor, numa batalha que favorecerá as empresas com maior capacidade financeira para suportar perdas a curto prazo em troca de uma maior fatia do mercado a longo prazo.










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