
O Zed, um editor de código moderno e bastante popular baseado em Rust, tem estado em fase de testes para Linux, macOS e Windows nos últimos anos, com a muito aguardada versão 1.0 prevista para o outono de 2025. Contudo, enquanto o desenvolvimento para Linux e macOS tem decorrido sem grandes sobressaltos, a versão para Windows tem encontrado obstáculos significativos, revelando as complexidades de programar para o ecossistema da Microsoft.
Numa publicação detalhada no blog oficial do projeto, e como notado pelo The Register, o cofundador Max Brunsfeld partilhou uma atualização sobre o estado da adaptação para Windows, onde uma equipa de quatro engenheiros tem trabalhado a tempo inteiro nas últimas seis semanas para ultrapassar os desafios.
Um sistema operativo, muitas dores de cabeça
Um dos principais obstáculos esteve relacionado com a renderização gráfica. A equipa tentou inicialmente usar a mesma infraestrutura que utiliza em Linux, baseada na API gráfica Vulkan, mas esta abordagem causou problemas de compatibilidade para alguns utilizadores. A solução passou por implementar um backend de renderização completamente novo, baseado no DirectX 11, o que garante suporte total desde o Windows 7 em diante. Esta mudança obrigou também à criação de uma nova implementação de shaders de GPU em HLSL, a linguagem específica para o DirectX 11.
As dificuldades não se ficaram por aqui. A equipa deparou-se com falhas na alocação de memória da GPU, indicando uma utilização ineficiente de recursos que não era aparente no macOS, onde os computadores mais recentes utilizam memória unificada. No Windows, onde a VRAM da GPU é separada e mais limitada, o problema tornou-se evidente, obrigando os programadores a otimizar a gestão de memória.
Até tarefas que parecem simples, como o sistema de atualizações ou o relatório de falhas (crash reporting), tiveram de ser completamente reescritas. Brunsfeld lamenta que, ao contrário do Linux e macOS, o ficheiro executável "Zed.exe" precisa de ser fechado para que uma atualização possa sobrescrevê-lo, o que forçou a criação de um binário auxiliar dedicado apenas a esta tarefa.
Os próximos passos para a versão final
Apesar dos progressos, o trabalho está longe de terminar. Nas próximas semanas, a equipa do Zed irá focar-se em resolver vários pontos cruciais para garantir uma experiência de utilização genuinamente nativa no Windows. Entre as tarefas pendentes estão a implementação de atalhos de teclado que sejam familiares para os utilizadores do sistema, a resolução de bugs na edição remota de ficheiros em Linux via SSH e o desenvolvimento de suporte de primeira classe para o Subsistema Windows para Linux (WSL).
Além disso, será necessário adaptar as extensões do Zed para lidar com as convenções de caminhos de ficheiros do Windows e, crucialmente, otimizar o desempenho para que o editor seja tão rápido e reativo no Windows como já é no macOS. Embora os desafios sejam muitos, a equipa continua a trabalhar para cumprir o objetivo de lançar a versão 1.0 no outono de 2025.










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