
Nick Clegg, o antigo vice-presidente para os assuntos globais e comunicações da Meta, parece estar a fazer um delicado exercício de equilibrismo na promoção do seu novo livro, “How to Save the Internet” (Como Salvar a Internet). Numa recente entrevista, Clegg teceu duras críticas à cultura de Silicon Valley, ao mesmo tempo que defendeu a empresa onde trabalhou e os seus líderes.
Numa conversa com o jornal The Guardian, o antigo político britânico distanciou-se da bolha tecnológica sem, no entanto, repudiar completamente o seu antigo empregador. Clegg afirmou que não teria trabalhado para a Meta se sentisse que "Mark Zuckerberg ou Sheryl Sandberg eram os monstros que outras pessoas dizem que eles são".
Acrescentou ainda a sua convicção de que, "apesar das suas imperfeições, as redes sociais permitiram que milhares de milhões de pessoas comunicassem umas com as outras de uma forma que nunca antes tinha acontecido".
Uma cultura de clones
Apesar da defesa da sua antiga casa, as palavras mais fortes de Clegg foram reservadas para o ecossistema onde esta se insere. Descreveu a cultura de Silicon Valley como "sufocantemente conformista", um local onde "todos vestem as mesmas roupas, conduzem os mesmos carros, ouvem os mesmos podcasts e seguem as mesmas modas".
Machismo e autopiedade
O ex-executivo da Meta confessou também a sua perplexidade perante a crescente obsessão da indústria da tecnologia com a masculinidade. Clegg afirmou não conseguir compreender "esta combinação profundamente desagradável de machismo e autopiedade" que parece ter-se instalado no coração da inovação tecnológica mundial.
As declarações surgem num momento em que o seu livro se prepara para chegar às livrarias, prometendo uma visão interna sobre os desafios e as contradições de uma das indústrias mais poderosas e influentes do planeta.










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