Já se candidatou a uma vaga de emprego que parecia perfeita, mas da qual nunca mais obteve qualquer tipo de resposta? Pode ter sido vítima de uma “vaga fantasma”, uma prática cada vez mais comum no mundo do recrutamento que gera frustração e desconfiança entre os candidatos.
Estes anúncios de emprego, que parecem legítimos, são publicados em diversas plataformas, mas na realidade, a posição não existe ou a empresa não tem qualquer intenção de a preencher. Mais do que um simples incómodo, esta é uma estratégia que pode ter vários objetivos por detrás.
Porque é que as empresas publicam estas ofertas?
As motivações para a criação de vagas fantasma são variadas. Em muitos casos, servem como uma ferramenta de marketing para projetar uma imagem de crescimento e dinamismo que não corresponde à realidade, fazendo a empresa parecer mais ativa e bem-sucedida do que realmente está.
Outro objetivo bastante comum é a recolha de currículos (CVs) e dados de candidatos para construir uma base de dados para futuras e, muitas vezes, incertas necessidades de recrutamento. Esta prática permite às empresas ter um leque de potenciais candidatos à mão, mesmo que as oportunidades nunca se concretizem.
A luta contra a prática que já chegou à lei
O problema atingiu uma dimensão tal que, nos Estados Unidos, já deu origem a uma proposta de lei para tornar ilegal a divulgação de vagas de emprego inexistentes. De acordo com a CNBC, a iniciativa foi impulsionada por Eric Thompson, um profissional de tecnologia de 53 anos que, após perder o emprego em 2024, se deparou com inúmeros anúncios falsos durante a sua procura.
A proposta legislativa exige que os anúncios de emprego sejam mais transparentes, obrigando as empresas a especificar as datas previstas para contratação e início de funções, a indicar se se trata de uma nova posição ou da substituição de um funcionário, a esclarecer se a vaga foi previamente oferecida a candidatos internos e a informar quantas vezes o mesmo anúncio foi publicado nos últimos dois anos.
Sinais de alerta: como identificar uma vaga fantasma
Embora não exista um método infalível, alguns sinais podem ajudá-lo a identificar um possível anúncio de emprego falso e a poupar tempo e energia.
Investigue a reputação da empresa
Antes de se candidatar, pesquise sobre a empresa. Verifique o seu website oficial, a presença nas redes sociais e consulte plataformas como o Glassdoor para ler avaliações de funcionários e ex-funcionários. Uma empresa com pouca ou nenhuma presença online, ou com críticas muito negativas, é um sinal de alerta.
Desconfie de ofertas demasiado boas para serem verdade
Salários desproporcionadamente elevados para a função, benefícios irreais ou uma descrição de cargo excessivamente vaga podem ser iscos. Se a oferta parece boa demais para ser verdade, provavelmente é.
Processos de recrutamento excessivamente longos
Preste atenção ao tempo que uma vaga está aberta. Se um anúncio permanece ativo durante meses a fio sem qualquer desenvolvimento no processo seletivo, é provável que não haja uma necessidade real de contratação. Normalmente, as empresas com uma vaga por preencher tentam fazê-lo de forma eficiente.
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