
O prazo está a esgotar-se. A menos de um mês do fim de suporte oficial para o Windows 10, marcado para 14 de outubro, um novo estudo da Nexthink revela um cenário preocupante: mais de 120 milhões de computadores em ambiente empresarial poderão continuar a usar o sistema operativo obsoleto, enfrentando custos astronómicos e riscos de segurança. A fatura global para as empresas pode ultrapassar os 6,7 mil milhões de euros só no primeiro ano de suporte alargado.
A dimensão do problema: uma fatura bilionária
De acordo com a análise da Nexthink, apesar de uma redução de 33% no número de dispositivos com Windows 10 entre maio e agosto, a transição não está a ser suficientemente rápida. A projeção indica que cerca de 121 milhões de PCs empresariais não terão sido atualizados até à data limite.
Para estas empresas, a única solução para manter a segurança será pagar pelo suporte alargado da Microsoft, que no primeiro ano tem um custo de 61 dólares por dispositivo, o equivalente a cerca de 56 euros. Multiplicando este valor pelo número de máquinas, o custo total para o setor empresarial poderá atingir a impressionante marca de 7,3 mil milhões de dólares, ou seja, mais de 6,7 mil milhões de euros.
Apressar a migração? Windows 11 ainda é mais instável
A relutância em migrar para o Windows 11 pode ser compreensível. O mesmo estudo revela um paradoxo: os dispositivos com o sistema operativo mais recente estão atualmente a registar um nível de instabilidade superior. A taxa de falhas de sistema (crashes) é o dobro no Windows 11 (1,2%) em comparação com o Windows 10 (0,6%), e o mesmo acontece com os reinícios forçados (hard resets), que ocorrem em 9,9% dos PCs com Windows 11 contra 8,5% no seu antecessor.
Tim Flower, estratega da Nexthink, explica que estes números, embora não sejam inesperados numa fase inicial de um novo sistema, sublinham os desafios da migração. “Estes problemas não se devem necessariamente ao Windows em si, mas estão muitas vezes ligados ao hardware subjacente, aos drivers ou à forma como os sistemas são implementados”, afirma. “A lição é que, sem visibilidade, as equipas de TI estão a voar às cegas.”
Como garantir uma transição suave e evitar o caos
Para as empresas que ainda têm um longo caminho a percorrer, a Nexthink deixa algumas recomendações para uma transição bem-sucedida. O primeiro passo é identificar os computadores que ainda correm Windows 10 e avaliar se o seu hardware está preparado para o Windows 11.
É também crucial considerar o impacto nos recursos de TI, uma vez que dispositivos com sistemas operativos sem suporte tendem a exigir mais intervenções. Por fim, é importante guiar os colaboradores na adoção das novas ferramentas, como o Copilot e as funcionalidades de multitarefa, para evitar a "ansiedade de ficar de fora" da era da IA e garantir que a atualização representa uma melhoria genuína na experiência de trabalho.










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