O desenvolvimento do kernel Linux continua a bom ritmo e sem grandes sobressaltos. No passado domingo, Linus Torvalds anunciou o lançamento da quinta versão candidata (Release Candidate) do Linux 6.17. Segundo o criador do projeto, o processo está a decorrer com normalidade, com um número de alterações e commits dentro do esperado. No entanto, o destaque do anúncio não foi uma novidade técnica, mas sim um longo desabafo de Torvalds sobre uma prática que o irrita há anos.
Chega de links inúteis nos commits
Apesar da tranquilidade no desenvolvimento, o anúncio desta semana ficou marcado por uma crítica de Linus Torvalds a uma prática comum entre os programadores: a inclusão de entradas "Link:" inúteis nas mensagens de commit. No seu comunicado na Linux Kernel Mailing List (LKML), Torvalds criticou duramente o uso de ferramentas automáticas que adicionam links para o email de submissão original do código, afirmando que estes não acrescentam qualquer valor e apenas fazem perder tempo a quem procura contexto sobre uma alteração.
Torvalds sublinhou que se queixa disto há anos e que, ao contrário do que muitos pensam, estes links não são úteis para depurar ou rastrear bugs. Para que não tenha de continuar a navegar por links que não fornecem nova informação, pediu aos programadores que usem as ferramentas de forma mais consciente. Se quiserem incluir links, devem fazê-lo apenas quando são genuinamente úteis, como ao apontar para relatórios de bugs ou discussões que ofereçam um contexto relevante sobre a alteração de código.
O estado do Linux 6.17 e o que esperar
Do ponto de vista técnico, a nova versão candidata é bastante estável. As alterações consistem maioritariamente em pequenas correções, sendo a única "estranheza", segundo Torvalds, a reversão de um patch maior relacionado com um driver DLink/Sundance.
Com este quinto "release candidate", o ciclo de desenvolvimento do Linux 6.17 aproxima-se do fim. O facto de Torvalds estar mais focado em criticar velhos hábitos do que em problemas no kernel é um sinal positivo. Se a estabilidade se mantiver, a versão final deverá chegar por volta de 28 de setembro, possivelmente após a sétima versão candidata, sem necessidade de uma oitava.
Curiosamente, uma das razões para esta estabilidade poderá ser o facto de grande parte do desenvolvimento ter ocorrido em agosto, um mês em que muitos programadores estão de férias, resultando em menos contribuições. Embora isto pareça positivo, pode também significar que alguns problemas surjam mais tarde no ciclo, o que poderia atrasar o lançamento final.
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