
A polémica em torno da utilização de inteligência artificial na indústria criativa ganha um novo capítulo. Françoise Cadol, a atriz que dá voz a Lara Croft nas versões francesas dos jogos Tomb Raider, avançou com uma notificação judicial contra a Aspyr, a editora responsável pela recente coletânea remasterizada dos clássicos da saga. Cadol alega que a sua performance vocal foi alterada com recurso a IA sem o seu consentimento.
Uma atualização que espoletou a controvérsia
O caso teve origem numa atualização lançada em agosto de 2025 para a coletânea Tomb Raider IV-VI Remastered. Segundo as notas oficiais, o patch visava corrigir vários problemas de áudio, incluindo vozes que estavam demasiado baixas em certas localizações, como o português do Brasil, e restaurar falas em falta na versão da Steam.
No entanto, foram os fãs mais atentos da versão francesa que deram o alerta. Após a atualização, notaram que a entoação e entrega de Lara Croft pareciam diferentes do trabalho original de Cadol, levantando a suspeita de que as alterações tivessem sido geradas por inteligência artificial. Alertada pela comunidade, a atriz decidiu tomar medidas legais.
Ação judicial para travar as vendas
De acordo com a publicação francesa Le Parisien, que avançou a notícia, Françoise Cadol enviou uma notificação formal à Aspyr. O objetivo é que a editora pause a venda da coletânea de jogos para que o problema possa ser investigado e resolvido, protegendo assim a integridade do seu trabalho e os seus direitos enquanto artista. A TugaTech tentou contactar a Aspyr para obter um comentário, mas não obteve resposta até ao momento da publicação.
Uma batalha cada vez mais comum na indústria
Este incidente não é um caso isolado e reflete uma preocupação crescente entre os profissionais da voz e da representação. A crescente utilização de IA para replicar ou alterar performances sem a devida autorização tem sido um dos pontos mais quentes da indústria do entretenimento e dos videojogos.
No verão passado, o sindicato de atores SAG-AFTRA iniciou uma greve contra várias empresas de videojogos, precisamente para exigir melhores proteções para os artistas face ao avanço da IA. A greve, que se prolongou por vários meses, foi finalmente suspensa em junho de 2025, após terem sido negociados novos termos contratuais que abordam estas novas tecnologias.










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