
A União Europeia colocou os gigantes tecnológicos na mira, iniciando uma investigação formal sobre a forma como a Apple, a Google e a Microsoft protegem os seus utilizadores contra fraudes financeiras online. A Booking.com, plataforma de reservas de viagens, também está a ser visada. A medida surge numa altura em que as burlas digitais representam perdas anuais superiores a 4 mil milhões de euros na região.
Segundo o Financial Times, Bruxelas enviou pedidos formais de informação às quatro empresas, procurando perceber se as suas medidas de proteção são suficientemente robustas para travar a onda crescente de cibercrime, um problema que tem vindo a agravar-se com o avanço da Inteligência Artificial.
O crescente problema das burlas e o papel da IA
As fraudes online, desde esquemas de phishing a aplicações maliciosas que prometem investimentos em criptomoedas, tornaram-se uma praga digital. A fatura é pesada: mais de 4 mil milhões de euros perdidos anualmente pelos cidadãos europeus. A sofisticação crescente destes ataques, muitas vezes potenciada por ferramentas de IA que criam mensagens e até vozes falsas de forma convincente, levou a UE a exigir mais responsabilidade das plataformas onde estas burlas se propagam.
Henna Virkkunen, chefe de tecnologia da UE, salientou a urgência da situação. "Vemos que cada vez mais ações criminosas ocorrem online. Temos de garantir que as plataformas online fazem todos os esforços para detetar e prevenir esse tipo de conteúdo ilegal", afirmou.
As "Big Tech" debaixo de olho: o que está a ser investigado?
A investigação da União Europeia foca-se em áreas específicas de cada empresa, que servem como porta de entrada para muitas destas fraudes:
Apple: A App Store está no centro das atenções, com Bruxelas a querer perceber como é feito o escrutínio das aplicações para evitar software malicioso.
Google: A investigação abrange duas frentes: a Play Store, com preocupações semelhantes às da Apple, e o motor de busca Google Search, que pode promover sites fraudulentos.
Microsoft: O motor de busca Bing será analisado pela sua capacidade de filtrar e alertar os utilizadores para potenciais ameaças.
Booking.com: A plataforma de reservas será questionada sobre a forma como combate anúncios falsos e listagens fraudulentas que enganam os viajantes.
Consequências podem ser pesadas
Caso se conclua que as medidas de proteção são inadequadas, as empresas podem enfrentar multas pesadas. Esta ação da UE poderá também aumentar a tensão nas relações comerciais com os Estados Unidos, de onde são originárias a maioria das empresas visadas.
Apesar da investigação, algumas destas empresas já têm vindo a reforçar as suas defesas. A Apple afirma ter evitado 9 mil milhões de dólares em transações fraudulentas nos últimos cinco anos. A Google, por sua vez, anunciou recentemente um investimento de 5 milhões de dólares para combater burlas na região da Ásia-Pacífico, demonstrando um reconhecimento crescente da gravidade do problema da
segurança digital.










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