
A utilização de chatbots de Inteligência Artificial (IA) deixou de ser uma mera curiosidade para se tornar uma ferramenta integrada no dia a dia de muitos consumidores. Um novo estudo da consultora Deloitte revela não só um aumento massivo na adoção, mas também uma surpreendente disponibilidade para pagar por estes serviços, desde que as empresas inspirem confiança.
O inquérito “2025 Connected Consumer Survey”, realizado no segundo trimestre de 2025 a mais de 3.500 consumidores nos EUA, mostra que a tecnologia está a evoluir a um ritmo alucinante no mercado.
Adoção em alta velocidade
Os números não enganam: o recurso a ferramentas de IA generativa disparou no último ano. Segundo o relatório, 53% dos consumidores inquiridos já utilizam ou experimentam regularmente estas tecnologias, um salto considerável face aos 38% registados em 2024.
Esta integração está a tornar-se um hábito diário. Mais de metade dos utilizadores afirmam recorrer a uma ferramenta de IA todos os dias, enquanto 38% o fazem pelo menos uma vez por semana. O impacto é tão positivo que 42% dos utilizadores regulares consideram que a IA tem um efeito "muito positivo" nas suas vidas, uma perceção que supera a dos próprios equipamentos (36%) e aplicações (29%).
O que leva os utilizadores a abrir a carteira?
Talvez o dado mais revelador do estudo seja a disponibilidade para pagar. Ao contrário de estudos anteriores que indicavam relutância, a Deloitte descobriu que quatro em cada dez utilizadores de IA generativa já pagam por ferramentas ou serviços.
Para os que ainda não pagam, os motivos são claros. Metade considera que as ferramentas gratuitas são suficientemente boas para as suas necessidades. Outros 20% admitem não usar a tecnologia com frequência que justifique o custo, e 17% apontam o preço como o principal obstáculo. A questão para as empresas de tecnologia é clara: como convencer mais utilizadores a subscrever? A resposta parece estar na confiança.
Confiança é a chave do negócio
O estudo da Deloitte aprofundou o que motiva o pagamento e concluiu que a confiança e a inovação são cruciais. A empresa categorizou os fornecedores de tecnologia em quatro perfis, desde os "Inovadores de Confiança" até aos "Lentos".
Os resultados mostram uma correlação direta entre a confiança e a despesa. Os consumidores que alinham com os "Inovadores de Confiança" — vistos como altamente inovadores e responsáveis com os dados — gastam 62% mais em equipamentos tecnológicos e 26% mais em serviços por mês do que aqueles que veem as empresas como "Lentas". Isto sugere que tratar a confiança como uma funcionalidade do produto é um motor poderoso de lealdade e receita.
Nem tudo é um mar de rosas: os riscos da IA estão mais presentes
A par do entusiasmo, cresce também a consciência sobre os perigos associados à IA. A preocupação com o uso indevido da tecnologia aumentou de 74% para 82% num ano. Além disso, 74% dos inquiridos temem que a IA possa levar à erosão do pensamento crítico.
As experiências negativas também são uma realidade: um terço dos utilizadores já se deparou com informação incorreta ou enganosa ao usar chatbots de IA, e 24% relatam ter tido problemas de privacidade e segurança. A mensagem é clara: os consumidores estão cada vez mais atentos não só aos "maus da fita", mas também às práticas das empresas que fornecem estas tecnologias.










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