
A Black Friday está a chegar, e com ela a habitual avalanche de promoções e descontos que prometem poupanças significativas, especialmente em tecnologia e gadgets. No entanto, esta é também a altura em que florescem práticas comerciais duvidosas, com o objetivo de o fazer pensar que está a fazer um negócio muito melhor do que a realidade.
Uma das táticas mais antigas, e infelizmente ainda comum, é a da inflação artificial de preços. Se está atento, talvez já tenha reparado: aquele produto que esteve a 200€ durante meses, sobe subitamente para 250€ uma ou duas semanas antes da Black Friday, apenas para reaparecer no "grande dia" com um "desconto imperdível" de 20%, ficando por 200€ novamente.
Esta prática não só é enganosa, como é ilegal.
A lei dos 30 dias: o que diz a ASAE
Para combater esta manipulação, a legislação portuguesa é muito clara. Qualquer promoção ou saldo tem regras estritas sobre como o desconto é calculado. O fator crucial é o "preço mais baixo anteriormente praticado".
Conforme define a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), este é "o preço mais baixo a que o produto foi vendido nos últimos 30 dias consecutivos anteriores à aplicação da redução do preço".
Isto significa que uma loja não pode, legalmente, usar como referência o preço inflacionado que colocou há uma semana. O desconto tem de ser aplicado sobre o valor mais baixo que o produto teve no último mês.
A ASAE nota ainda um pormenor importante que resultou de uma alteração legislativa recente: estes 30 dias consecutivos incluem, obrigatoriamente, quaisquer outros períodos de saldos ou promoções que tenham ocorrido nesse período.
Como pode proteger-se destas práticas
Para garantir que faz um bom negócio e não é vítima de marketing enganoso, a melhor defesa é a informação:
Use comparadores de preço: Ferramentas como o KuantoKusta são essenciais. Muitas delas permitem ver o histórico de preços de um produto, tornando óbvio se o preço foi aumentado recentemente para simular um desconto maior.
Desconfie de descontos exagerados: Se uma promoção parece demasiado boa para ser verdade, provavelmente é.
Vigie os produtos: Se planeia comprar algo específico, comece a monitorizar o preço antes da Black Friday, tirando capturas de ecrã se necessário.
Denuncie: Se detetar uma prática que lhe pareça ilegal, pode e deve apresentar uma denúncia junto da ASAE.
A Black Friday pode ser uma excelente altura para fazer compras, mas exige um consumidor atento. Verifique sempre o histórico de preços e compre de forma informada.










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