Uma nova era começa para a plataforma descentralizada de redes sociais. Eugen Rochko, o fundador do Mastodon, oficializou a sua saída do cargo de diretor executivo (CEO), cumprindo uma promessa feita há dez meses, quando a empresa anunciou a sua transição para uma entidade sem fins lucrativos.
A liderança executiva passa agora para as mãos de Felix Hlatky, enquanto Rochko assume uma posição de consultor dentro da organização. Esta mudança estrutural visa garantir a longevidade e a saúde da plataforma, afastando-a do controlo exclusivo do seu criador.
Uma mudança de liderança planeada
Numa publicação no blog oficial onde detalha a decisão, Eugen Rochko explicou a necessidade de criar "barreiras de proteção" para evitar tornar-se mais um fundador que, movido pelo ego, acaba por "sabotar comunidades prósperas".
O fundador foi transparente quanto às suas motivações pessoais para esta mudança. "Seria indelicado da minha parte fingir que não existe algum interesse próprio envolvido", admitiu Rochko. "Estar à frente de um projeto de rede social é, afinal, uma tarefa bastante stressante, e eu não tenho a personalidade certa para isso."
Felix Hlatky, que colabora com o Mastodon desde março de 2020, assume agora o papel de diretor executivo. A sua estratégia para o futuro da plataforma centra-se na expansão da equipa, na garantia da estabilidade financeira a longo prazo e na otimização das operações, com o objetivo de tornar a gestão dos servidores mais segura e eficiente para os administradores.
Novos focos e estrutura financeira
A reorganização do Mastodon vai além dos cargos de chefia. Atualmente a operar como uma organização sem fins lucrativos nos Estados Unidos, a entidade tem como objetivo estabelecer uma base permanente na Bélgica sob o estatuto de AISBL (associação internacional sem fins lucrativos). Esta mudança surge após a organização ter perdido o seu estatuto de utilidade pública na Alemanha no ano passado.
Para sustentar esta transição e o crescimento futuro, o Mastodon tem procurado financiamento externo. A organização revelou que Jeff Atwood, cofundador do Stack Exchange, e a sua família, doaram 2,2 milhões de euros (aproximadamente 2,5 milhões de dólares) à causa.
Este fluxo de capital já começou a ser aplicado no reforço das equipas de engenharia, marketing, operações e produto. Além disso, parte do financiamento foi utilizada para atribuir uma compensação única de 1 milhão de euros a Eugen Rochko, um pagamento retroativo que a organização justifica como um reconhecimento pelos dez anos em que o fundador aceitou "menos do que um salário justo de mercado" para manter o projeto vivo.
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