A Qualcomm levantou finalmente o véu sobre as especificações técnicas da sua nova geração de processadores gráficos para computadores. As novas GPUs da família Adreno X2, que irão equipar os futuros processadores Snapdragon X2 Elite, prometem não só corrigir as lacunas da geração anterior, como também ultrapassar a concorrência direta da Intel e da AMD em termos de desempenho bruto.
Baseadas na mesma arquitetura que dá vida ao Snapdragon 8 Gen 5 para dispositivos móveis, estas novas unidades gráficas representam um salto significativo na aposta da empresa no ecossistema Windows on Arm, com lançamento previsto em portáteis já em 2026.
Arquitetura de "Fatias" e potência bruta
A grande mudança estrutural na Adreno X2 reside na adoção de uma arquitetura modular baseada em "fatias" (slices), uma estratégia que permite à Qualcomm escalar o desempenho gráfico de forma mais eficiente. Cada fatia contém dois Shader Processors (SP), sendo que cada SP alberga 128 núcleos.
Na sua configuração máxima — a variante X2-90, que deverá equipar o topo de gama Snapdragon X2 Elite Extreme — a GPU contará com 4 fatias. Isto traduz-se num total de 8 SPs, um aumento face aos 6 SPs da geração anterior (Adreno X1-85). Na prática, a contagem de núcleos dispara de 1.536 para 2.048, representando um aumento de 33% em "músculo" de processamento.
Para alimentar este motor gráfico, a Qualcomm duplicou a cache L2 e integrou 21 MB de memória dedicada. A empresa destaca ainda a inclusão de até 16 núcleos dedicados para aceleração de Ray Tracing, compatíveis com DirectX e Vulkan, e um controlador de memória que suporta LPDDR5X-9523, permitindo atingir uma largura de banda de 228 GB/s.
Os ganhos de eficiência anunciados são impressionantes: a Adreno X2 promete entregar 125% mais desempenho por Watt comparativamente à sua antecessora, ou 2,3 vezes mais desempenho no pico de consumo.
Gaming levado a sério: Drivers mensais e Anti-Cheat
Um dos maiores entraves à adoção de PCs com chips Arm tem sido a compatibilidade com jogos, especialmente devido a problemas com software anti-batota e drivers desatualizados. A Qualcomm parece ter ouvido as críticas e prepara uma ofensiva em duas frentes.
Primeiro, a empresa compromete-se a lançar atualizações de drivers com uma cadência mensal, alinhando-se finalmente com o padrão estabelecido pela Nvidia, AMD e Intel. Além disso, as novas GPUs suportarão as APIs mais recentes, incluindo DirectX 12.2 Ultimate, Vulkan 1.4 e OpenCL 3.0, com a marca a garantir que 90% dos jogos mais populares serão "jogáveis" no lançamento.
Segundo, e talvez mais crucial para os jogadores competitivos, é o suporte alargado a sistemas anti-cheat. Ferramentas que acedem ao kernel do Windows, que anteriormente bloqueavam jogos como Fortnite em arquitetura Arm, estão agora a ser adaptadas. Soluções como o Easy Anti-Cheat da Epic Games, BattlEye, Denuvo e Tencent ACE já começaram a disponibilizar versões compatíveis com processadores Arm.
Desempenho: Um salto de gigante face à concorrência
Os números de desempenho partilhados pela Qualcomm, conforme detalhado pela PC Watch, mostram a Adreno X2-90 a superar confortavelmente os seus rivais diretos no mercado de gráficos integrados.
Em testes realizados com títulos exigentes como Cyberpunk 2077, DOOM Eternal e Kingdom Come Deliverance 2, a nova GPU da Qualcomm mostrou-se, em média:
50% mais rápida que a Intel Arc 140V (encontrada no Core Ultra 9 288V).
29% mais rápida que a Radeon 890M (presente no AMD Ryzen AI 9 HX 370).
A empresa afirma que a placa consegue manter taxas de quadros superiores a 30 FPS na maioria destes títulos, um feito notável para uma gráfica integrada num SoC Arm. Embora estes sejam testes internos e devam ser vistos com cautela até à chegada de análises independentes, os dados sugerem que a Qualcomm pode finalmente ter o argumento que faltava para convencer o público gamer a transitar para o Windows on Arm.
A chegada dos primeiros portáteis equipados com a família Snapdragon X2 Elite está prevista para 2026, sendo esperado que mais novidades sejam reveladas durante a CES, em janeiro.
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