
A corrida pela liderança na Inteligência Artificial continua a acelerar, e a Google acaba de firmar uma parceria estratégica para garantir que não perde a próxima grande inovação, virando as suas atenções para o mercado indiano. Numa colaboração inédita, a gigante tecnológica uniu-se à sociedade de capital de risco Accel para identificar e financiar startups de IA em fase inicial na Índia.
Esta iniciativa faz parte do Google AI Futures Fund e, segundo a TechCrunch, visa apoiar fundadores na Índia e na diáspora indiana que estejam a construir produtos de IA desde a base. Através do programa Atoms da Accel, as empresas selecionadas poderão receber um investimento conjunto de até 2 milhões de dólares (cerca de 1,9 milhões de euros), com cada parceiro a contribuir com até 1 milhão.
A escolha da Índia não é acidental. O país possui a segunda maior base de utilizadores de internet e smartphones do mundo, logo a seguir à China, além de um vasto talento em engenharia. A Google tem investido fortemente na região, incluindo um fundo de digitalização de 10 mil milhões de dólares lançado em 2020 e planos recentes para um novo centro de dados e hub de IA.
Investimento milionário e recursos de topo
Para além do capital financeiro, o programa oferece um pacote robusto de recursos técnicos. Os fundadores terão acesso a até 350.000 dólares em créditos de computação, abrangendo serviços como Google Cloud e os modelos avançados da DeepMind.
O suporte inclui ainda:
Acesso antecipado a modelos Gemini e APIs experimentais.
Mentoria mensal com parceiros da Accel e líderes técnicos da Google.
Sessões de imersão em Londres e na Bay Area, incluindo presença no Google I/O.
Apoio de marketing e acesso ao ecossistema de construtores de IA da Google.
Jonathan Silber, diretor do Google AI Futures Fund, destacou que esta é a primeira colaboração do género para o fundo em qualquer parte do mundo, sublinhando a história de inovação da Índia e o papel que os seus fundadores desempenharão na próxima geração de tecnologia global.
Liberdade tecnológica e visão de futuro
Um dos aspetos mais interessantes desta parceria é a ausência de exclusividade tecnológica. Embora a Google espere naturalmente encontrar integrações únicas com a sua tecnologia, as startups não são obrigadas a usar apenas os modelos da empresa.
Tanto Silber como Prayank Swaroop, parceiro da Accel, confirmaram que as empresas financiadas podem recorrer a tecnologias de concorrentes como a OpenAI ou a Anthropic, caso estas ofereçam as melhores soluções para os seus produtos. O objetivo principal não é angariar novos clientes de cloud a curto prazo, mas sim impulsionar a inovação no ecossistema.
Os investimentos irão focar-se em diversas áreas, desde a criatividade e entretenimento até à programação e software empresarial (SaaS). A Accel e a Google pretendem identificar onde os grandes modelos de linguagem (LLMs) irão evoluir nos próximos 12 a 24 meses e apostar nas startups que estejam a construir soluções nessas direções.










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