
A época festiva aproxima-se a passos largos e, com ela, a frenética corrida aos presentes. No entanto, um novo estudo divulgado pela Mastercard alerta para um comportamento paradoxal dos consumidores europeus: embora a preocupação com a segurança digital esteja em alta, a conveniência e a procura por promoções relâmpago levam muitos a baixar a guarda precisamente quando os cibercriminosos estão mais ativos.
Realizado em parceria com a Harris Poll, o inquérito abrangeu 13 mercados, incluindo grandes economias como o Reino Unido, França e Espanha, traçando um retrato preocupante de como o espírito natalício pode, por vezes, sobrepor-se à prudência digital.
O paradoxo da conveniência vs segurança
Os dados são claros e revelam uma contradição nas atitudes dos consumidores. Apesar de 72% dos inquiridos afirmarem estar mais preocupados com a cibersegurança hoje do que há dois anos, na hora de comprar, o comportamento muda drasticamente. Durante o período festivo, cerca de 72% dos consumidores admitem fazer compras em websites que não conhecem.
O problema agrava-se quando analisamos o cuidado colocado nestas transações. Apenas metade dos compradores realiza uma pesquisa rigorosa antes de introduzir os dados do cartão num site desconhecido. Mais alarmante ainda é o facto de 12% admitirem não fazer qualquer tipo de verificação, confiando cegamente na sorte ou na aparência da loja online.
A pressão para encontrar o "presente perfeito" ou aproveitar um desconto limitado leva a decisões impulsivas. O estudo indica que, embora 31% dos consumidores afirmem ser mais cuidadosos nesta altura do ano, 12% tornam-se, na verdade, menos cautelosos. As consequências destas ações não se fazem esperar: 14% dos inquiridos relataram que as encomendas nunca chegaram, enquanto 10% acabaram por receber produtos contrafeitos.
A ameaça da IA e o guia de sobrevivência digital
Um dos pontos de destaque do relatório é o papel crescente da Inteligência Artificial no cibercrime. A proliferação de conteúdos gerados por IA está a dificultar a distinção entre o que é real e o que é uma fraude sofisticada, deixando muitos consumidores com a sensação de incapacidade para identificar ameaças.
Para combater estes riscos, a empresa financeira sugere um conjunto de medidas essenciais para blindar as compras de Natal:
Palavras-passe robustas: A regra de ouro mantém-se. Utilize credenciais únicas e complexas para cada conta, evitando datas de aniversário ou nomes de animais de estimação.
Autenticação de dois fatores (2FA): Ativar esta camada extra de segurança é crucial para impedir acessos indevidos, mesmo que a password seja comprometida.
Atenção aos detalhes do site: Verifique sempre se o endereço começa por "https://" e procure o ícone do cadeado. Erros ortográficos ou designs pouco profissionais são sinais de alerta imediatos.
Desconfie de preços irrealistas: Se uma oferta parece boa demais para ser verdade, provavelmente é uma das muitas burlas que circulam online.
Minimize a partilha de dados: Forneça apenas as informações estritamente necessárias para a compra.
Monitorização ativa: Acompanhe os extratos bancários em tempo real para detetar movimentos suspeitos o mais cedo possível.
Michele Centemero, da Mastercard, reforça que a segurança é uma responsabilidade partilhada entre empresas e cidadãos, sublinhando o compromisso da empresa em liderar a confiança digital na Europa, conforme detalhado no comunicado oficial da Mastercard.










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