
A Oura está decidida a expandir as funcionalidades dos seus anéis inteligentes muito para lá da monitorização de saúde e bem-estar. Durante a sua passagem pelo Web Summit em Lisboa, Tom Hale, CEO da empresa, partilhou a visão de transformar este wearable numa ferramenta multifuncional capaz de realizar pagamentos, autenticar identidades e substituir as tradicionais palavras-passe.
Mais do que monitorização de saúde
Atualmente, dispositivos como o Oura Ring 4 ou o concorrente da Samsung focam-se quase exclusivamente na recolha de dados biométricos e na análise do sono. No entanto, a ambição da Oura é que o anel se torne num dispositivo de segurança pessoal. Segundo o responsável, a autenticação de identidade continua a ser um problema complexo em diversos setores, e a biometria pode ser a chave para simplificar este processo.
A ideia passa por permitir que o anel desbloqueie sistemas corporativos ou áreas restritas, eliminando a necessidade de memorizar credenciais complexas. A empresa tem vindo a trabalhar nesta direção, nomeadamente após a aquisição da Proxy em 2023, uma especialista em identidade digital, sinalizando um claro interesse em funcionalidades que reduzam a fricção no dia a dia dos utilizadores.
O desafio do NFC e a concorrência
Apesar do potencial, a implementação destas funcionalidades enfrenta barreiras físicas significativas. Em declarações ao Business Insider, Hale admitiu que integrar tecnologia NFC num formato tão compacto representa um enorme desafio técnico. O tamanho reduzido do anel dificulta a colocação de antenas com potência suficiente, e a própria mão do utilizador pode causar interferências no sinal.
Esta limitação não é exclusiva da Oura. O Galaxy Ring, lançado em 2024 pela gigante sul-coreana, também chegou ao mercado sem funcionalidades de pagamento via NFC, uma ausência que foi notada por muitos consumidores que esperavam uma experiência semelhante à dos smartwatches.
A visão de longo prazo da Oura inclui a possibilidade de o anel armazenar palavras-passe e chaves de acesso, utilizando métodos de verificação que podem incluir padrões de batimentos cardíacos ou a temperatura corporal para garantir que o dispositivo está no dedo do proprietário legítimo. Resta agora saber quando é que a tecnologia conseguirá acompanhar esta ambição, permitindo que os anéis inteligentes possam, eventualmente, substituir a carteira e as chaves de casa.










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