
A velha questão "Será que corre Doom?" continua a desafiar os limites da tecnologia e da paciência dos entusiastas. Desta vez, o clássico de 1993 encontrou uma nova casa num dispositivo improvável: uma impressora térmica. A experiência, que leva o conceito de taxa de atualização de imagem a um nível dolorosamente físico, transforma cada movimento do jogo numa folha de papel impressa.
Esta façanha foi realizada pelo youtuber Jon Bringus, do canal Bringus Studios, que decidiu testar as capacidades de computação de uma impressora de talões comercial, transformando-a numa consola de jogos pouco convencional.
Um PC disfarçado de impressora
Embora pareça apenas um dispositivo de escritório, a impressora escolhida para esta experiência possui especificações que rivalizam com netbooks de há alguns anos. No seu interior, o equipamento esconde um processador Intel Atom N2800 de 1,8 GHz e 4 GB de memória RAM.
Curiosamente, o sistema operativo que alimenta a máquina é o Windows 7, o que facilitou a instalação do jogo, uma vez que se trata de um ambiente x86 padrão. No entanto, a ausência de um ecrã convencional obrigou o criador de conteúdos a ser criativo. Em vez de visualizar o jogo num monitor, a ação é transmitida diretamente para a cabeça de impressão.
Lag de papel e tinta
A experiência de jogo é, no mínimo, única. O software foi configurado para enviar cada frame do jogo para a bobina de papel térmico. O resultado é uma espécie de "filme" impresso em tempo real, mas com limitações severas. O processo mecânico de impressão introduz um atraso (lag) de cerca de quatro segundos entre a ação do jogador e a visualização do resultado no papel.
Quando o jogador vê um inimigo na folha impressa, na realidade do jogo, o confronto já aconteceu há vários segundos. Além da latência impraticável, este método de visualização consome rolos de papel inteiros em apenas alguns minutos de jogo.
Para tornar isto possível, foram necessárias várias adaptações de software. O youtuber teve de contornar problemas com drivers de vídeo e gerir a temperatura da cabeça de impressão. Foi utilizado um software personalizado para converter os gráficos do jogo em padrões de pontos preto e branco, lidando com as limitações de cor da impressão térmica, conforme demonstrado no vídeo do canal Bringus Studios.
Além da experiência em papel, o hardware da impressora provou ser surpreendentemente capaz. Utilizando a porta VGA do dispositivo, foi possível ligar um monitor externo e correr jogos mais exigentes, como Portal 2 e Half-Life, provando que, por baixo da carcaça de plástico, batia o coração de um verdadeiro computador.










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