
Parece que o mercado dos sistemas operativos entrou em 2026 com uma tendência contrária a toda a lógica. Numa altura em que o foco da Microsoft está totalmente virado para o seu sistema mais recente, os dados de dezembro trazem uma surpresa: o Windows 11 perdeu quota de mercado, enquanto o Windows 10, oficialmente "reformado", voltou a crescer.
Segundo os dados mais recentes da Statcounter, assistimos a um fenómeno peculiar no último mês. Apesar de ser a única versão com suporte principal ativo, o Windows 11 escorregou da sua posição de 53,7% em novembro para os 51,75% em dezembro.
Em contrapartida, o Windows 10, que atingiu o seu fim de vida (EOL) em outubro, conseguiu recuperar terreno. O sistema operativo veterano subiu de 42,7% em novembro para 44,29% em dezembro. O velhinho Windows 7 ainda aparece nas estatísticas, mas com uns residuais 2,19%, enquanto as restantes versões da Microsoft se tornaram insignificantes.
Gamers remam contra a maré
É importante notar que os dados da Statcounter, embora ofereçam uma das visões mais claras sobre a adoção geral, não representam todo o universo de utilizadores. A prova disso está no inquérito de hardware da Steam, que pinta um quadro completamente diferente focado na comunidade de jogos.

Entre os gamers, a migração para o novo sistema continua de pedra e cal. Os dados da Steam mostram que o Windows 11 aumentou a sua quota para 65,59% (uma subida de 2,02 pontos), enquanto o Windows 10 caiu para os 29,06% (uma descida de 2,08 pontos). Isto sugere que, enquanto o público geral e empresarial pode estar a hesitar ou a reverter, os entusiastas e jogadores mantêm-se na crista da onda da atualização.
O declínio geral e o risco de segurança
Se ampliarmos a análise para comparar todas as versões do Windows contra outros sistemas operativos de desktop, a Microsoft não tem razões para sorrir. A quota global do Windows caiu de 69,37% para 66,67% em dezembro. Esta é a continuação de uma tendência de queda que se verificou ao longo de todo o ano passado — recorde-se que, em dezembro de 2024, o Windows detinha 73,38% do mercado.
Muitos utilizadores prometem mudar para o Linux após o fim do Windows 10, mas os números mostram que essa migração ainda é tímida, com o sistema open-source a deter apenas 3,18% da quota.
Um fator crucial para a sobrevivência do Windows 10 é o programa de Atualizações de Segurança Estendidas (ESU). Embora o suporte principal tenha terminado, as empresas continuam a pagar para manter os seus dispositivos mais antigos seguros, evitando a migração forçada para o Windows 11 ou a mudança complexa para Linux devido à dependência de aplicações específicas.
Contudo, fica o alerta para o utilizador doméstico: se ainda está no Windows 10 e não tem acesso ao ESU, o seu computador está cada vez mais vulnerável a ameaças. Se o seu hardware o permitir, a atualização para o Windows 11 é a recomendação de segurança mais sensata; caso contrário, alternativas como o Linux podem ser a solução para manter a sua máquina protegida.










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