
Se reside em Portugal ou em qualquer outro país da União Europeia, provavelmente já notou numa mudança frustrante que ocorreu há algum tempo, mas cujos efeitos ainda se fazem sentir diariamente. Ao pesquisar por um local, restaurante ou loja no Google, é apresentado um pequeno mapa estático. No entanto, ao clicar nele, nada acontece.
Esta limitação não é um erro técnico, mas sim uma consequência da Lei dos Mercados Digitais (DMA) da União Europeia. A legislação exige que a Google ofereça aos cidadãos da UE uma escolha clara, impedindo a gigante tecnológica de privilegiar os seus próprios serviços. Como a empresa optou por não integrar opções concorrentes, como o Bing Maps ou o Apple Maps, diretamente no topo dos seus resultados de pesquisa, a solução encontrada foi remover a interatividade por completo nesta região.
O resultado é uma experiência de utilização inferior para milhões de europeus. Tanto a Apple como a Google já criticaram abertamente estas medidas, argumentando que, em vez de promoverem a concorrência, acabam por reduzir as opções e a qualidade dos serviços prestados aos consumidores. Felizmente, para quem não quer esperar por uma mudança legislativa, existem formas de contornar este obstáculo.
A solução simples: Extensões de navegador
A forma mais fácil e rápida de restaurar a funcionalidade perdida é através da instalação de extensões no navegador. Estas pequenas ferramentas reintroduzem os botões e links clicáveis que a Google foi obrigada a ocultar.
Existem várias opções populares com excelentes avaliações por parte da comunidade. Uma das mais recomendadas permite voltar a clicar nos mapas diretamente a partir da página de resultados, devolvendo a fluidez à navegação a que nos habituámos durante anos. Para resolver o problema em segundos, basta instalar a extensão Re-introduce google maps links to search page.
Após a instalação, a pesquisa volta a comportar-se "normalmente": ao ver um mapa, pode clicar nele para abrir a navegação ou ver detalhes, sem truques adicionais.
A via técnica: Scripts personalizados
Para os utilizadores mais avançados, ou que preferem não encher o navegador com extensões específicas, existe a rota dos "User Scripts". Este método requer a utilização de um gestor de scripts, como o Tampermonkey.
Embora seja uma solução viável, exige mais manutenção. Uma vez que a Google altera frequentemente o código da sua página de pesquisa, estes scripts podem deixar de funcionar sem aviso. Por exemplo, um script popular criado para este fim não recebe atualizações oficiais do autor desde dezembro de 2024, o que levou a quebras de funcionalidade.
No entanto, a comunidade mantém-se ativa, e outros utilizadores acabam por partilhar correções. Foi o que aconteceu em setembro, quando surgiu uma versão atualizada do código para garantir que a ferramenta continuava a operar corretamente.
Tal como aconteceu com os avisos de cookies — que tornaram a navegação web um campo minado de pop-ups antes de a UE começar a propor simplificações anos mais tarde — esta situação dos mapas é mais um exemplo de como a regulação, por vezes, cria atritos inesperados para o utilizador final. Até que a legislação ou a implementação mudem, estas ferramentas são a melhor porta de entrada para recuperar a produtividade perdida.










Nenhum comentário
Seja o primeiro!