A Bitcoin surpreendeu com uma recuperação notável no fecho da semana, vendo o seu preço subir acima dos 119.000 dólares (cerca de 110.700 euros) no domingo. Este movimento assinala uma extensão da recuperação de mínimos de duas semanas, com os investidores e analistas a apontarem para níveis de preço cruciais que ditarão a trajetória da criptomoeda.
Dados do Cointelegraph Markets Pro e do TradingView mostram a BTC/USD a tentar consolidar-se numa área chave de recuperação. No momento, o ativo luta por um fecho diário acima da sua média móvel de 10 dias, mantendo o impulso de uma subida que começou perto dos 114.500 dólares (aproximadamente 106.500 euros). A subida ganhou força com a notícia de que os EUA e a China concordaram em adiar novamente a introdução de tarifas comerciais recíprocas.
Com o mercado a digerir uma das maiores vendas de BTC de sempre, os participantes focam-se agora nos próximos passos para a nova semana.
A barreira dos 120.000 dólares no horizonte
Vários analistas de renome consideram a zona dos 119.000-120.000 dólares como a próxima grande muralha a ser derrubada. O investidor e empreendedor Ted Pillows resumiu a situação na sua conta do X, afirmando que "a BTC precisa de quebrar acima dos 119,5 mil dólares para um grande movimento. Se isso não acontecer, esta consolidação continuará". Pillows acredita que a quebra poderá acontecer já no próximo mês, dando início à próxima fase de subida.
Na mesma linha, o popular trader e analista Rekt Capital aponta para um teto de resistência ligeiramente mais alto, pouco abaixo da marca dos 120.000 dólares (cerca de 111.600 euros). "A Bitcoin fechou o dia acima do 'Range Low' azul, iniciando um regresso ao intervalo que tinha perdido brevemente", explicou aos seus seguidores, sugerindo que qualquer queda para este nível inferior seria uma tentativa de reteste para confirmar a recuperação.
O risco de uma nova queda
Apesar do otimismo, alguns especialistas alertam para a possibilidade de o preço poder ainda cair para preencher o "pavio" deixado pela descida aos 114.500 dólares. O trader CrypNuevo, numa análise partilhada no X, identificou um alvo de queda que coincide com uma área de elevada liquidez nas livros de ordens das corretoras.
"Se olharmos para o gráfico, podemos ver que o principal nível de liquidação está nos 113,8 mil dólares (cerca de 105.800 euros)", comentou. "Consequentemente, considero que o cluster de liquidação na parte inferior é o alvo natural a médio prazo (entre 114,5 mil e 113,6 mil dólares)."
Volatilidade parece ser a palavra de ordem
Os dados mais recentes da plataforma de monitorização CoinGlass indicam que o ponto de "dor máxima" para quem aposta na queda da Bitcoin (shorts) se situa nos 119.650 dólares (aproximadamente 111.300 euros). Se a criptomoeda voltar a desafiar os seus máximos históricos perto dos 123.000 dólares (cerca de 114.400 euros), as liquidações de posições curtas poderiam totalizar mais de 1,1 mil milhões de dólares (perto de 1,02 mil milhões de euros).
A plataforma de análise Coinank corrobora esta visão, afirmando que "está a formar-se uma forte resistência em torno de 119.000–120.000 dólares, indicada por densos clusters de liquidação".
Para adensar o cenário, o analista TheKingfisher alertou para um aumento da volatilidade a curto prazo. "Estou a ver predominantemente vermelho no gráfico BTC GEX+. Isto indica que os 'dealers' estão fortemente vendidos em 'gamma', sugerindo que podem amplificar a volatilidade para proteger as suas posições", reportou no domingo. O mercado prepara-se, assim, para oscilações de preço mais acentuadas.
Nenhum comentário
Seja o primeiro!