
O cometa interestelar 3I/ATLAS, que tem sido alvo de intensa especulação desde a sua descoberta, continua intacto e "perfeitamente normal e saudável", apesar dos recentes rumores que davam conta da sua destruição.
Novas observações vieram desmentir as teorias de que o objeto se teria fragmentado após a sua passagem próxima do Sol no final de outubro.
O rumor da explosão e a teoria de Loeb
A polémica reacendeu-se no dia 10 de novembro, quando o site Futurism noticiou que o cometa poderia ter-se partido. Esta informação baseava-se numa publicação do astrofísico Avi Loeb, da Universidade de Harvard, que tem sido uma voz controversa neste debate.
Loeb, analisando imagens captadas em Espanha a 9 de novembro, calculou que o cometa teria perdido uma quantidade significativa de massa. Segundo o seu blogue, o astrofísico deduziu que o objeto se deveria ter fragmentado em pelo menos 16 pedaços, voltando a sugerir que poderia tratar-se de uma nave alienígena e não de um objeto natural.
Astrónomos desmentem: "Um cometa perfeitamente normal"
No entanto, a maioria da comunidade científica refuta esta conclusão. Qicheng Zhang, investigador do Lowell Observatory, no Arizona, foi categórico: "Todas as imagens que vi mostram um cometa perfeitamente normal e saudável. Não há qualquer sinal de que o núcleo se tenha fragmentado".
Zhang criticou duramente a análise de Loeb, afirmando que este "construiu um castelo de cartas baseado numa interpretação incorreta dos parâmetros orbitais do cometa, um erro que qualquer astrónomo reconheceria de imediato."
Esta não é a primeira vez que as teorias de Loeb são contestadas. Jason T. Wright, professor na Universidade Estatal da Pensilvânia, já tinha publicado uma análise detalhada onde desconstruía dez das alegadas "anomalias" que Loeb tinha apontado anteriormente sobre o 3I/ATLAS, acusando-o de falta de rigor científico.
O que torna o 3I/ATLAS tão especial?
O cometa 3I/ATLAS foi descoberto em julho e rapidamente captou a atenção mundial. É apenas o terceiro visitante interestelar alguma vez registado, sendo possivelmente o mais massivo e antigo (com cerca de 7 mil milhões de anos) já observado.
O objeto atingiu o seu periélio (o ponto mais próximo do Sol) a 29 de outubro, desaparecendo temporariamente atrás da estrela. Agora que reapareceu, está a ser atentamente monitorizado. O calor solar está a sublimar o gelo da sua superfície, libertando gases que formam uma coma (nuvem) e uma longa cauda, permitindo que seja observado por astrónomos amadores com pequenos telescópios no hemisfério norte.
O cometa fará a sua aproximação máxima à Terra no dia 19 de dezembro, altura em que se espera que mais dados sobre a sua composição sejam recolhidos.










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